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Estoques de automóveis diminuíram, mas ainda representam o equivalente a 56 dias de vendas no país | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Estoques de automóveis diminuíram, mas ainda representam o equivalente a 56 dias de vendas no país| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Ford negocia novas férias

Os 9 mil trabalhadores da Ford e das fabricantes de autopeças para a montadora na Bahia poderão entrar novamente em férias coletivas em fevereiro, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia. A categoria está negociando com o chamado complexo Ford, que envolve a montadora e 26 fábricas de autopeças, uma forma de evitar demissões. De acordo com o sindicato, os trabalhadores do complexo Ford retornaram no dia 5 das férias coletivas anunciadas no final do ano passado. Entretanto, segundo o sindicato, a Ford calcula que cerca de 20% da mão-de-obra está ociosa.

Uma alternativa discutida com o sindicato é a redução do número de dias de trabalho, mantendo os salários. Segundo o sindicato, se essa opção for aceita, haverá uma compensação das folgas remuneradas após a estabilização do mercado.

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A queda de 19,7% nas vendas de veículos em dezembro do ano passado, na comparação com igual mês de 2007, não impediu a indústria automotiva brasileira de fechar 2008 com recorde de vendas. De janeiro a dezembro, foram 2.820.350 veículos vendidos. O crescimento, de 14,5% em relação a 2007, deve fazer o Brasil subir do sétimo para o quinto maior mercado do mundo. "Só precisamos esperar os dados fechados de outros países para confirmar essa informação", disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider.

A estimativa de Schneider é que os Estados Unidos continue na liderança do ranking em 2008, seguido pela China, Japão e Alemanha. Se confirmado o Brasil na quinta posição, o país ficará à frente do Reino Unido e França, que no ano anterior estavam à frente no ranking.

Segundo a Anfavea, a produção de veículos atingiu 102.053 unidades no último mês de 2008, com queda de 47,1% em relação a novembro e retração de 54,1% ante dezembro de 2007. No total de 2008, a produção de veículos no país cresceu 8%, somando 3.214.018 unidades. O presidente da Anfavea ressaltou ainda que o volume de produção em 2008 também foi recorde. Com esse número o Brasil sobe uma posição no ranking, consagrando-se como o sexto maior produtor de automóveis do mundo.

Já as exportações do setor registraram queda de 7,3% em dezembro, para US$ 917,7 milhões. Na comparação com o mesmo mês de 2007, houve queda de 23,1%. No acumulado do ano, as exportações totalizaram US$ 13,925 bilhões, volume 3,4% superior ao registrado em 2007.

Recuperação

Em dezembro, as vendas totais de veículos novos no mercado interno somaram 194.486 unidades, um crescimento de 9,4% em relação a novembro. Schneider disse que, apesar da queda de 19,7% sobre o mesmo mês do ano anterior, as vendas a prazo já mostraram recuperação em dezembro, respondendo por 60% do total, ante 54% em novembro. "Acredito que esse cenário já representa um posição de crédito mais forte e também as medidas anunciadas pelo governo em dezembro", disse.

Incertezas

Ao contrário do que se esperava, o executivo não apresentou as projeções do setor para 2009. Schneider justificou que, apesar de positivas, não se sabe ao certo os efeitos das medidas tomadas pelo governo em dezembro para incentivar a venda de carros novos, com a isenção do IPI e a redução do IOF. "Há também outras variáveis que precisamos acompanhar para traçar uma projeção para 2009, como o mercado de exportação, para o qual esperamos uma natural redução, mas ainda não saberemos em que patamar", disse.

O presidente da Anfavea informou que as férias coletivas dadas pelas montadoras em dezembro e as medidas anunciadas pelo governo para incentivar a venda de carros, ajudou a reduzir os estoques na indústria e nas concessionárias para 211.625 unidades no último mês do ano, o que equivale a 36 dias de vendas. Em novembro os estoques estavam em 305.354 unidades, ou 56 dias de vendas. "Houve uma diminuição importante, mas os estoques ainda estão mais elevados do que o verificado antes da crise, quando representava 28 ou 29 dias de vendas", disse.

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