Campo de exploração de Petróleo em Macau, no Rio Grande do Norte| Foto: Agência Petrobras

Leilão da ANP exclui campos no pré-sal

Folhapress

A presidente Dilma Rousseff aprovou ontem a realização da 11ª rodada de licitação para que sejam explorados 172 blocos de petróleo e gás no país, segundo ministro Edison Lobão, das Minas e Energia. De acordo com o ministro, metade dos blocos serão para exploração em terra e a outra metade no mar. "A licitação deve ocorrer em maio ou antes se a Agência Nacional de Petróleo tiver condições de realizá-la", disse Lobão.

Todos os blocos, segundo o ministro, ficam fora da área do pré-sal, mas na margem equatorial do país. Segundo a diretora geral da ANP, Magda Chambriard, esse leilão deve demonstrar o esforço do governo de descentralizar o investimento exploratório brasileiro, hoje muito concentrado no Sudeste. "Estamos saindo da Bacia de Campos, do pré-sal e indo para área que vai do Rio Grande do Norte até o Amapá. Canalizando para uma área até então muito pouco contemplada", disse.

Inicialmente, o leilão permitiria a exploração de 174 blocos. No entanto, por "questões ambientais", não justificadas pelo ministério, dois blocos saíram da 11ª rodada.

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O Ministério de Minas e Energia anunciou que a exploração de gás de xisto deve começar em dezembro no Brasil. Segundo o ministro da pasta, Edison Lobão, a proposta foi aprovada pela presidente Dilma Rousseff. Cabe agora à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) preparar o procedimento e submeter ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Lobão defendeu que esta exploração "está muito na moda no mundo inteiro, principalmente nos Estados Unidos". Por isso, "nós aqui no Brasil vamos ingressar nessa política de exploração, desse tipo de gás", disse. De acordo com o ministro, a proposta não visa suprir uma demanda de gás não atendida no país. "Não existe falta de gás. A lei do gás determina que o Ministério de Minas e Energia procure modos de ampliar o fornecimento de gás", afirmou.

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De toda forma, segundo ele, "o gás que não produzimos aqui, nós importamos", refutando as hipóteses de escassez ou desabastecimento. Segundo Magda Chambriard, diretora geral da ANP, ainda se trabalha "com menos informações do que gostaríamos" sobre a exploração desse gás em terra. O foco para esta exploração deve se voltar para as bacias, como Parecis, no Mato Grosso, na Bahia, Maranhão e Piauí. O potencial brasileiro para esta exploração, entretanto, ainda não está completamente mapeado. "Sabemos que é alguma coisa que não podemos deixar para trás", completou Magda.

Mercado

No mercado internacional, o preço do petróleo subiu cerca de um dólar por barril ontem, depois que a Arábia Saudita confirmou que reduziu sua produção de petróleo em cerca de 700 mil barris por dia nos últimos dois meses de 2012. A produção em dezembro fechando em aproximadamente 9 milhões de barris por dia. A produção saudita está cerca de 10% abaixo dos mais de 10 milhões de barris por dia do pico do último verão no hemisfério norte.

O maior exportador de petróleo do mundo produziu 9,025 milhões de barris por dia em dezembro, ante 9,49 milhões em novembro. O governo local diz que cerca de US$ 100 dólares por barril é favorável ao país. Atualmente, os preços do Brent estão sendo negociados a aproximadamente US$ 113 o barril.