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O Brasil sinalizou nesta quarta-feira que pode endurecer nas negociações para salvar a Rodada de Doha do comércio global, dizendo que as últimas propostas conciliatórias da Organização Mundial do Comércio (OMC) pesam mais em favor dos interesses dos países ricos.

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, também criticou os Estados Unidos dizendo que os norte-americanos não aceitam discutir um tipo de corte de subsídios agrícolas que muitas nações pobres estão reivindicando.

Amorim falou um dia depois de os mediadores da OMC lançarem propostas conciliatórias com o objetivo de salvar a Rodada de Doha para liberalização comercial no mundo.

"Eu acho que os textos têm defeitos", disse Amorim a jornalistas, após um encontro com o comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, em sua primeira fala após a divulgação das propostas.

"Eu acho que elas são mais ambiciosas (em bens industriais) do que em agricultura."

O Brasil e outros países em desenvolvimento estão buscando redução de barreiras aos produtos agrícolas impostas pelos países ricos.

Mas eles estão preocupados sobre a abertura de seus mercados para importações de bens industriais como carros e produtos químicos.

Os textos conciliatórios incluem intervalos de cortes em subsídios agrícolas e redução de tarifas de importação, incluindo uma proposta de reduzir o apoio dado pelo governo dos EUA aos seus agricultures para um montante entre 13 e 16,4 bilhões de dólares ao ano.

As nações em desenvolvimento querem um teto de 12 bilhões de dólares ao ano para os subsídios dos EUA.

Entretanto, o governo dos EUA disse mais cedo nesta quarta-feira, por meio de uma autoridade que não quis se identificar, que um teto de 13 bilhões é "inaceitável".

"Se isso for verdade, nós não teremos muito o que negociar", disse Amorim. "É uma pena se eles disseram isso."

Os países da OMC devem discutir as novas propostas para salvar Doha na semana que vem, em Genebra.

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