O Brasil iniciou o ano com saídas de dólares maiores do que as entradas em US$ 84 milhões, nos três primeiros dias úteis deste mês. Em 2012, o país registrou a menor entrada de dólares desde 2008, ano do auge da crise financeira internacional. De acordo com os dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira (9), a entrada líquida de dólares (descontada a saída) ficou em US$ 16,753 bilhões no ano passado, bem menor do que os US$ 65,279 bilhões registrados em 2011.

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Em 2008, houve mais saída do que entrada de dólares no país, com saldo negativo de US$ 983 milhões. Em setembro daquele ano, a quebra do banco norte-americano de investimentos Lehman Brothers desencadeou a crise que levou investidores estrangeiros a redirecionar os recursos aplicados no Brasil para o exterior com objetivo de cobrir prejuízos lá fora. A crise também abalou a confiança dos investidores nas aplicações de países emergentes.

No ano passado, o governo temia que houvesse um "tsunami monetário" provocado pela liberação de recursos por países desenvolvidos na busca por combater a crise econômica externa, com estímulo à atividade econômica.

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Mas o fluxo de dólares para o país não foi tão forte quanto esperado. Em 2012, o governo adotou medidas que contiveram a entrada de dólares no país e influenciaram a cotação do dólar, mas ao final do ano reverteu, em parte, essa estratégia.

Em 2012, nos meses de fevereiro, março, abril e maio, o BC também fez operações de compras de dólares no mercado à vista no total de US$ 11,152 bilhões. Em março também houve operações no mercado a termo, cuja liquidação ocorre em data futura (US$ 7,005 bilhões). Já em dezembro, período em que o dólar chegou a passar de R$ 2,10, o BC fez operações de venda de dólares com compromisso de recompra, no total de US$ 5,466 bilhões.

No ano passado, a redução das exportações foi o que mais influenciou a menor entrada de dólares no país. O fluxo comercial (operações relacionadas a exportações e importações) registrou saldo positivo de US$ 8,373 bilhões, contra US$ 43,950 bilhões em 2011. Já o fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) registrou saldo positivo de US$ 8,380 bilhões, também menor do que em 2011 (21,329 bilhões).