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Setor de construção civil foi o segundo que mais demitiu no país no ano passado, fechando 106 mil postos de trabalho | Carlos Bozelli/Jornal de Londrina
Setor de construção civil foi o segundo que mais demitiu no país no ano passado, fechando 106 mil postos de trabalho| Foto: Carlos Bozelli/Jornal de Londrina

Emprego perde força no Paraná e em Curitiba pelo 4.º ano seguido

O saldo de geração de empregos formais perdeu força pelo quarto ano consecutivo no Paraná e em Curitiba, mostra o balanço de 2014 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O estado teve, no ano passado, variação positiva de 1,51%, com saldo de 41.012 vagas abertas – trata-se do número mais baixo desde 2002, quando teve início a série histórica do Caged. Até então, o ano com o menor saldo de abertura de vagas no Paraná fora 2002, com 58.589 postos. Foi o quarto ano consecutivo de redução no saldo, em queda desde 2011.

Seis entre oito setores pesquisados tiveram avanço (veja infográfico). Houve queda apenas no saldo de agricultura (-162 vagas) e indústria de transformação (-8.231).

O cenário é semelhante em Curitiba. A cidade terminou o ano com 7.106 vagas líquidas, um avanço de 0,94% – o menor desde 2003, quando a expansão foi de 0,61%.

Da Redação

Seguro-desemprego é benefício ultrapassado, diz Joaquim Levy

Em meio a um ajuste fiscal estimado em R$ 45,8 bilhões, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o modelo do seguro-desemprego está "completamente ultrapassado". A afirmação foi dada em entrevista ao jornal britânico Financial Times, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. Levy utilizou o benefício como exemplo para defender a necessidade de cortes e reformas em diversas áreas. Entretanto, fez questão de reforçar que o Bolsa Família não será atingido.

"O mundo está mudando e é hora do Brasil mudar", afirmou, acrescentando que as políticas anticíclicas têm limite, "especialmente quando você vê que as duas maiores economias do mundo (EUA e China) estão também mudando sua postura".

Para Levy, o País precisa de reformas estruturais mais do que de estímulos: "Assim que pusermos a casa em ordem, a reação será positiva", defendeu. Em março, novas regras para a obtenção do seguro-desemprego passam a valer e podem restringir o acesso de mais de 2 milhões de trabalhadores, segundo cálculo do Ministério do Trabalho e Emprego.

A criação de empregos com carteira assinada teve em 2014 o pior resultado da série histórica iniciada em 2002. No ano passado, foram gerados 397 mil novos postos de trabalho, desempenho 64,5% inferior a 2013, quando o saldo atingiu 1,1 milhão de vagas. O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego, em Florianópolis, foi o menor em 12 anos e frustrou a previsão de criar 1,5 milhão de vagas feita pelo ministro Manoel Dias no início do ano passado.

INFOGRÁFICO: Brasil terminou 2014 com saldo positivo de quase 400 mil vagas de trabalho

Em Santa Catarina, sua base eleitoral, o ministro tentou minimizar o mau resultado ao atribuí-lo a algumas peculiaridades de 2014. "Houve uma campanha de que a Copa do Mundo não seria realizada, o que gera uma insegurança e retrai o investidor", disse. "Também tivemos eleições acirradas, que criaram uma ideia de que o Brasil vivia uma crise, estava quebrando. Isso criou uma expectativa em alguns setores." Mesmo longe de suas previsões, ainda assim Dias viu uma tendência positiva na performance. "O que é importante é que nos continuamos acrescentando postos de trabalho no estoque."

Em dezembro, o mercado de trabalho registrou encolhimento de 555 mil vagas. Foi o pior resultado para o mês desde 2008, quando estourou a crise econômica nos Estados Unidos. No mês, houve 1,176 milhão de admissões e 1,732 milhão de demissões.

Na avaliação do economista da Fundação Seade, Alexandre Loloian, coordenador da pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), o saldo do ano é muito baixo para um governo que previa resultados mais robustos. O desempenho do mercado de trabalho, segundo ele, ficou "muito aquém" do esperado, principalmente no fim do ano, a partir de outubro e novembro.

Em abril do ano passado, Manoel Dias afirmou que o governo Dilma Rousseff chegaria a um total de 6 milhões de empregos criados em quatro anos – o que também não virou realidade. Dilma fechou o primeiro mandato com saldo de 5,3 milhões de vagas. "Cinco milhões foi espetacular. O mundo está em crise", emendou o ministro.

O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, avalia que o resultado do Caged mostra uma tendência de estagnação com viés negativo. "A situação tende a piorar ao longo de 2015, pois todas as notícias que temos são mais no sentido de eliminação de postos do que de contratações."

"Em um prazo relativamente pequeno, o Brasil vai retomar seu crescimento", garantiu Dias, em um tom mais otimista.

Na avaliação por setores, a indústria de transformação teve o pior desempenho no ano, com o fechamento de 163,8 mil postos de trabalho, seguido pela construção civil, com menos 106,4 mil vagas.

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