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A América Latina Logística, maior empresa de serviços logísticos da América Latina, sentiu o efeito da compra da Brasil Ferrovias em meados do ano passado. O balanço da companhia, divulgado ontem após o fechamento do mercado financeiro, indica que o lucro líquido manteve-se praticamente estável no ano passado (R$ 172,7 milhões, aumento de 0,9% em relação a 2005) excluídos os resultados da empresa comprada. Na contabilidade "pró-forma", que combina os números da ALL e da Brasil Ferrovias, o lucro dá lugar a prejuízo, de R$ 96,2 milhões.

Ainda assim, a aquisição da Brasil Ferrovias ganha destaque na divulgação dos resultados consolidados do ano passado, já que representa a ampliação da cobertura da malha ferroviária da ALL no país. "O desafio que temos à frente exigirá todo o comprometimento e capacidade da nossa equipe para materializar o grande potencial da rede recém integrada", comentou Bernardo Hees, diretor-presidente da ALL, no documento divulgado no site da empresa, que tem sede em Curitiba.

Após a aquisição, a ALL deu início ao processo de recuperação da nova empresa. O prejuízo passou de R$ 677,9 milhões em 2005 para R$ 269 milhões no ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, imposto de renda, depreciações e amortizações) cresceu 44,8%, de R$ 124,5 milhões para R$ 180,3 milhões.

"Temos o desafio de reestruturar a Brasil Ferrovias com ações que visem a atingir níveis de produtividade e segurança similares aos da ALL, implementar a mesma cultura de controle obsessivo de custos e atingir níveis de volume e receitas compatíveis em dois a três anos", comentou o diretor. Entre as ações que tiveram impacto nos resultados da Brasil Ferrovias no ano passado, está a redução nos custos com pessoal. Em maio, mês da aquisição, 3 mil funcionários foram demitidos – de 4,5 mil, restaram 1,5 mil.

Os números da ALL mostram que a empresa registrou aumento de 17,4% em receita no ano passado. O volume transportado cresceu 10,6% e o Ebitda da companhia avançou 11,7%.

De acordo com a empresa, os resultados refletem um bom desempenho operacional no Brasil – no ano passado, a companhia atingiu o menor consumo de diesel de sua história –, uma forte recuperação na safra gaúcha e ganhos reais por conta de mudanças no mix de cargas e reajustes nos contratos.

A ALL lembrou ainda dos protestos de agricultores ocorridos durante o transporte da safra no ano passado, que bloquearam parte da malha ferroviária do Sul e Sudeste. Apesar disso, o volume transportado cresceu 13,4%, favorecido pelo aumento do transporte de soja, milho, açúcar e fertilizantes. No segmento de produtos industriais, houve aumento de 21,9% nos fluxos intermodais, impulsionado, segundo a empresa, pelo crescimento em produtos siderúrgicos e contêineres.

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