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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (9), em São Paulo, o desenvolvimento da economia de países latino-americanos. Diante de uma platéia de empresários brasileiros e de El Salvador, Lula disse que a política comercial correta entre dois países equilibra anos de superávit e outros de déficit. "Se só um tem déficit, vai criando problemas", afirmou.

O presidente disse que trata como um compromisso o respeito ao desenvolvimento regional. Segundo ele, o Brasil não pode "ter medo" de ver as outras nações do continente crescerem. "O Brasil não ficará mais ricos se os países vizinhos forem pobres (...) Quanto mais um país da América Latina crescer, mais o Brasil cresce. O Brasil não tem que ter medo de ver seus parceiros crescerem", afirmou.

Lula discursou durante o encerramento do Seminário Empresarial Brasil-El Salvador, realizado nesta manhã na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele afirmou ainda que o modelo brasileiro de desenvolvimento econômico pode ser implantado no país da América Central e fez uma breve avaliação de seus oito anos de governo. "(O modelo brsileiro) Pode ser o sucesso de qualquer país do mundo", afirmou.

O presidente usou como exemplo a relação do Brasil com o Paraguai para falar de relações comerciais econômicas que caminham para o equilíbrio. Ele defendeu o financiamento pelo Brasil de uma linha de transmissão de energia que beneficiará a capital paraguaia, Assunção. "Como você vai convencer o povo paraguaio de que o acordo (de Itaipu) é justo? Levando energia para eles", afirmou.

Lula também voltou a defender o uso do etanol como alternativa econômica, tanto por El Salvador quanto por países africanos que visitou recentemente. Para ele, El Salvador poderia exportar etanol para os EUA e evitar o uso da fonte americana para o combustível."Quem gosta de milho é frango", disse Lula, arrancando risos da plateia.

Avanços

Ao avaliar brevemente os avanços conquistados em seus dois mandatos, Lula disse que deixará a Presidência com a consciência mais tranqüila do que a de um passarinho. O presidente ressaltou o amadurecimento vivido no cargo. Como exemplo, citou que, quando sindicalista, fez duras críticas ao economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Neto e ressaltou que, em seu governo, recebeu tratamento diferente.

Lula disse que, hoje, reconhece e admira Delfim Neto como uma das pessoas mais inteligentes que esse país já teve. "Ele fez os mais extraordinários artigos defendendo a mim e a política econômica do governo", disse.

Almoço

Antes de viajar para Brasília, Lula deveria almoçar com o presidente de El Salvador, Maurício Funes, em evento reservado promovido pela federação. O presidente teve ainda uma reunião com Funes e com representantes da delegação de empresários.

Incentivo ao comércio

Segundo o presidente da Fiesp, Benjamim Steinbruch, a balança comercial entre os dois países é "praticamente inexpressiva". Ele ressaltou que o volume de compras realizadas pelo Brasil no país é de R$ 5 milhões, enquanto o país exporta R$ 200 milhões.

Elogiando o destaque dado ao mercado consumidor interno, Steinbruch disse que medida semelhante pode ser adotada em El Salvador. "Nosso modelo é um modelo que serve (como exemplo), que não tem dificuldade. Aliando sorte e competência, todos nós estamos bem, o Brasil está bem", disse, fazendo referência às políticas governamentais.

Em parceria com o governo brasileiro e Fiesp, foi assinada parceria para instalação de uma escola profissionalizante do Senai em El Salvador. Também foram assinadas cartas de intenção para cooperação em ecoturismo, políticas de assistência social e desenvolvimento do empreendedorismo.

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