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Genebra – Diplomatas brasileiros formalizaram ontem a participação do Brasil, como terceira parte, em procedimento aberto na Organização Mundial do Comércio (OMC) a pedido da americana Boeing contra a fabricante européia de aeronaves Airbus. O Itamaraty argumenta que a Airbus só conseguiu lançar seus últimos modelos de aeronaves, com preços baixos, com a ajuda de subsídios dos países europeus.

O Brasil entrou na disputa a pedido da Embraer, que até dezembro do ano passado tinha entre seus acionistas a empresa franco-alemã EADS, fabricante da Airbus. "O Brasil pede que o painel (comitê de arbitragem) condene o uso de subsídios inconsistentes com as regras da OMC", afirmou um representante brasileiro na reunião em Genebra.

O país não esconde que seus ataques são feitos em um momento em que a Embraer começa a se aventurar no mercado de aviões de grande porte. "O contencioso (entre Boeing e Airbus) tem enormes implicações sistêmicas para todos os países, inclusive para países em desenvolvimento que estão competindo ou contemplando entrar no mercado de aeronaves civis", afirmou o Itamaraty.

O governo alegou aos árbitros que só subsídios estatais poderiam explicar o fato de que a Airbus vem lançando uma gama de aparelhos com uma significativa rapidez, ainda que continue vendendo seus produtos a preços relativamente baixos.

O principal foco dos ataques, portanto, foram os subsídios dados pelos governos ao lançamento de novas aeronaves. Segundo o governo americano, os europeus teriam destinado US$ 205 bilhões para esta área nos últimos 40 anos. Segundo o Brasil, esse subsídio "tira o risco comercial da Airbus e libera recursos para que sejam usados entre o desenvolvimento e venda das aeronaves".

A argumentação do Brasil é que, sem esses subsídios, muitos jatos não seria desenvolvidos ou vendidos no mercado, ou então seriam vendidos a preços muito maiores. Quem tem subsídios pode ser muito mais agressivo na produção e marketing que outros que não têm.

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