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O governo brasileiro reagiu nesta quarta-feira à notícia de que o Congresso dos Estados Unidos quer investigar o uso de mão-de-obra escrava em carvoarias do Brasil.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirma que o Brasil é "um dos poucos países no mundo que reconhece o problema do trabalho escravo" e que tem se esforçado para combater a escravidão.

"O tratamento ostensivo e consciente da questão pelo governo brasileiro deveria ser objeto de reconhecimento internacional e não ser utilizado como pretexto para qualquer tipo de restrição ou penalização comercial ao país", diz a nota do Itamaraty.

Dois deputados democratas que integram a comissão de Relações Internacionais da Casa dos Representantes americana anunciaram esta semana que pretendem marcar audiências no próximo ano para investigar se a indústria americana está se beneficiando de ferro-gusa fabricado no Brasil supostamente com trabalho escravo.

29 pessoas

Uma reportagem da agência de notícias americana Bloomberg, do dia dois de novembro, acompanhou uma blitz do ministério do Trabalho em uma carvoaria em Tucuruí, no Pará, onde 29 pessoas trabalhavam em regime de escravidão.

Segundo a Bloomberg, o ferro-gusa produzido no local era comprado pela Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), fornecedora de aço para multinacionais como General Motors e Toyota, do setor automobilístico.

O governo brasileiro afirma que, nos últimos dois anos, 945 fornecedores de carvão foram fiscalizados pelo Instituto Carvão Cidadão (ICC) – órgão criado por ongs e empresas – e que houve "descredenciamento de todos aqueles que não cumpriam a legislação trabalhista".

Segundo o governo brasileiro, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconhece como "exemplares" os esforços do governo na escravidão.Congresso

O deputado democrata Dennis Kucinich, que integra a comissão do Congresso americano, disse que há "muitas evidências" de que parte do ferro-gusa produzido com trabalho escravo no Brasil é usada pela indústria americana.

Em 2001, Kucinich denunciou o uso de trabalho infantil escravo em plantações de cacau na África.

O produto era usado por indústrias norte-americanas, que acordaram um plano para erradicar a escravidão nas plantações.

O deputado Eliot Engel, cotado para assumir a comissão no Congresso americano, disse que pretende marcar audiências para 2007 sobre o tema.

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