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O superávit comercial brasileiro recuou em junho frente ao mês anterior e ficou abaixo do esperado pelo mercado, refletindo uma ligeira retração das exportações em meio à demanda crescente por bens de consumo importados.

O saldo positivo, de 2,278 bilhões de dólares, foi o mais baixo para meses de junho em oito anos, mostraram dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta quinta-feira (01).

A deterioração da balança comercial tem sido determinante para a piora das contas externas brasileiras no ano. No primeiro semestre, o saldo comercial ficou em 7,887 bilhões de dólares, ante 13,907 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado.

Analistas consultados pela Reuters previam superávit de 2,8 bilhões de dólares em junho, segundo mediana de 10 estimativas que variaram de 2,4 bilhões a 3,3 bilhões de dólares.

As exportações somaram 17,095 bilhões de dólares em junho, com queda 3,4 por cento sobre maio mas alta de 18,2 por cento frente ao mesmo período do ano passado. As importações chegaram a 14,817 bilhões de dólares, tendo crescido 3,9 por cento na comparação mensal e 50,2 por cento na anual.

O secretário-adjunto de Comércio Exterior, Fábio Farias, afirmou que a retração das exportações representa uma "oscilação relativamente normal" e não compromete a meta para ano, recentemente elevada para 180 bilhões de dólares.

"O importante é que a curva (das exportações) continua em ascendência", afirmou Farias a jornalistas.

No mês, as exportações para a China, principal mercado consumidor do Brasil, caíram 2,9 por cento frente ao mesmo período do ano passado, para 2,823 bilhões de dólares. Na comparação com maio, a queda foi de 18,6 por cento.

O ministério disse que a retração refletiu principalmente um menor embarque de soja. A hipótese do governo é que o país asiático teria acumulado grandes estoques do produto nos primeiros cinco meses do ano, por isso a acomodação em junho.

As exportações para o Mercosul, importante consumidor de manufaturados brasileiros, foram as que mais cresceram em junho na comparação anual, em 42 por cento, para 1,809 bilhão de dólares.

Importações recordes

A alta das importações em junho foi liderada pelas compras de bens de consumo, que cresceram 56,1 por cento frente a junho de 2009, para 2,505 bilhões de dólares, com destaque para as compras de automóveis.

No primeiro semestre, as importações de bens de consumo cresceram 40 por cento ante 2009 e também foram o carro-chefe das importações totais, que somaram o valor recorde de 81,302 bilhões de dólares --alta de 43,9 por cento frente a 2009.

Farias afirmou que a economia aquecida deve manter as importações em níveis crescentes ao longo de 2010. Mas ele ponderou que, como a base de comparação do segundo semestre de 2009 é mais alta, a tendência é que o ritmo desacelere.

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