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Confira a alíquota de outros países |
Confira a alíquota de outros países| Foto:

Tira-dúvidas

Confira algumas perguntas enviadas por leitores sobre a declaração do Imposto de Renda:

Minha esposa é dentista. Fiz um tratamento dentário com ela. Posso pegar um recibo no valor do tratamento e deduzi-lo no IRPF? É legal ou vou ter problemas com o Fisco pelo fato de o recibo ser em nome da minha esposa? O Código Tributário Nacional diz que é proibido ou ilícito?

Despesas odontológicas são dedutíveis, mas estão sujeitas ao pente-fino da malha fiscal. Recibos obtidos graciosamente, uma vez utilizados para qualquer fim, geram penalidades, por serem ilegais.

Em 2010 recebi uma ação trabalhista e o imposto foi retido na fonte. Devo declarar o total recebido e o imposto pago em rendimentos recebidos de PJ? Como devo proceder para declarar esse valor retido na fonte?

Os rendimentos provenientes de ação trabalhista devem ser declarados conforme a natureza dos mesmos; o IRRF é inserido na coluna própria do formulário, além do nome e do CNPJ da fonte pagadora dos rendimentos.

Passei no vestibular no fim de 2010 e tive de realizar a matrícula e o pagamento da primeira mensalidade ainda no ano passado. Devo declarar esse valor como gasto com instrução, ou isso poderá ser feito apenas em 2012?

Os dispêndios com instrução são admitidos no ano-calendário. No seu caso, em 2010.

Serviço

Se você tem alguma dúvida, envie sua pergunta, juntamente com seu nome completo e um telefone para contato, para o e-mail ir@gazetadopovo.com.br. As questões serão respondidas pelo advogado tributarista José Alexandre Saraiva e pelo consultor contábil João Trela.

O apetite do Leão brasileiro não é lá tão grande quanto muitos contribuintes imaginam. A alíquota máxima do imposto sobre a renda no Brasil fica abaixo da praticada em países desenvolvidos (como Estados Unidos e Suécia) ou mesmo em desenvolvimento (como Chile ou Argentina), segundo dados da Organização para Coope­­ração e Desen­­­vol­­­vimento Econômico (OCDE). Isso, no entanto, não quer dizer que por aqui se paga pouco imposto. De cada R$ 100 que um trabalhador brasileiro recebe, R$ 36,40 são recolhidos na forma de impostos. O índice é equivalente ao da Alemanha, onde o governo arrecada, na forma de tributos, 36,4% do PIB.

Para o presidente do Insti­­­tuto Brasileiro de Plane­­jamento Tributário (IBPT), João Elói Olenike, isso é consequência de um modelo de tributação falho e injusto. "No Brasil temos uma tributação muito alta sobre o consumo. O contribuinte paga muitos outros impostos sobre a produção e o consumo, enquanto outros países têm um modelo diferente, que tributa a renda e o patrimônio. Por isso nós temos alíquotas menores de IR, mas ainda assim a arrecadação tributária é tão grande", explica.

A culpa, segundo Olenike, não é do Leão. "O Imposto de Renda é um dos impostos mais justos que existem. Quanto mais você ganha, maior a tributação", avalia. Mas, segundo ele, o governo deveria criar mais faixas, aumentando a tributação sobre as faixas de renda maiores. "Hoje quem ganha acima de R$ 3.743,19 é tributado com os mesmos 27,5% de quem ganha R$ 100 mil. Quem ganha mais, de certa forma, acaba sendo beneficiado", aponta.

A Suécia é o país com maior alíquota de tributação para grandes rendimentos. Lá o governo abocanha 58,2% dos maiores salários e a carga tributária atinge 53,2% do PIB. Por outro lado, o país que é campeão de impostos apresenta também um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta.

"Não existe modelo perfeito, já que todos têm suas imperfeições. Mas os sistemas tributários mais adequados e justos são aqueles que deixam a riqueza ser produzida primeiro para depois tributá-la", argumenta Olenike. No Brasil, a tributação é na fonte, na produção e no consumo, o que cria efeitos em cascata e proporcionalmente acaba penalizando mais quem ganha menos, diz o presidente do IBPT.

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