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Imigrantes brasileiros nos EUA estão na mira das construtoras. Com o dólar perto dos R$ 4, as vendas de imóveis no Brasil para quem mora fora nunca estiveram tão aquecidas. De olho neste público, as empresas criaram estratégias exclusivas para ajudar a atenuar a forte queda do segmento no país, afetado pela recessão. Na avaliação de parte das empresas, esta é a melhor fase de vendas da história no mercado externo.

Para o imigrante, o cenário é favorável para a compra de imóveis novos ou usados: os preços recuaram em reais com a desaceleração da economia, e, em dólares, a queda chega a 40% em um ano. Além disso, com a manutenção dos juros nos Estados Unidos perto de zero, o movimento ganha fôlego com a procura por investimentos mais rentáveis.

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“Procuro um terreno para comprar em Florianópolis, vou aproveitar e ter meu segundo imóvel lá. Hoje, compro por US$ 80 mil o que, há dois anos, me custaria US$ 160 mil. Se não fosse esse dólar, investiria nos EUA, mas não posso perder essa oportunidade. Fiz isso em 2002, quando o dólar subiu, e comprei meu primeiro imóvel. Foi um ótimo negócio” afirmou o gaúcho Cleber Rodrigues, 49, que vive há 20 anos em Washington. “Se deixar o dinheiro aplicado aqui, não ganho nada”.

Hoje, compro por US$ 80 mil o que, há dois anos, me custaria US$ 160 mil.

Cleber Rodrigues, investidor

Construtoras

Um apartamento por dia. Isso é o que a MRV quer vender a brasileiros que moram nos Estados Unidos. Atualmente, são 20 imóveis por mês para compradores do exterior. Quando o dólar estava na faixa de R$ 2, esse tipo de operação era considerada esporádica. Presente no mercado popular, se chegar a este patamar, a construtora teria 1% de suas vendas no exterior, o que significaria algo como R$ 50 milhões a mais por ano, num momento de mercado desaquecido no Brasil.

Estimativas indicam que a comunidade brasileira que vive nos EUA pode ultrapassar um milhão. E a casa própria no Brasil é tema recorrente. O mineiro Atos Romualdo Neto Batista acabou de comprar um imóvel na planta. Morador de Orlando, viu a oportunidade de pagar US$ 42 mil por um apartamento de R$ 170 mil em Belo Horizonte. “Já tinha um dinheirinho guardado para a entrada e fiz um financiamento curto. Quero quitar em, no máximo, dois anos. Com 15 dias de trabalho aqui, pago a prestação”, disse.

A compra com financiamento rápido é a marca deste cliente: ele quita rapidamente o valor devido, o que garante um bom caixa para as construtoras. A MRV, que está criando uma rede de parceiros nos EUA e estuda abrir loja em Boston, finaliza o projeto de seu primeiro empreendimento em Governador Valadares (MG), de onde sai parcela significativa dos imigrantes. “Esperamos vender 20% dos 400 apartamentos para brasileiros fora do país”, disse Rodrigo Resende, diretor da empresa. Gustavo Reis, diretor de Marketing da Tecnisa, conta que a empresa começou há dez dias uma grande ofensiva publicitária nos EUA. Sem dar números, conta que espera para 2016 a maior venda na história para os imigrantes, após 11 anos atuando no segmento, o que é facilitado pelo fato de a construtora ter 42% das vendas online.

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