reforma tributária Paulo Guedes
O ministro Paulo Guedes, da Economia.| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O procurador-geral da República Augusto Aras arquivou um pedido de investigação contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, por manter sua filha e sua esposa na direção de uma offshore. Parlamentares alegaram que Guedes omitiu da Comissão de Ética do governo federal o fato de ter indicado as duas para atuarem na direção da offshore após ele assumir o cargo de ministro, informou o jornal O Globo.

Os parlamentares solicitaram que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigasse o ministro por suposto uso de informações privilegiadas para obter lucros indevidos por meio da sua offshore e falsidade ideológica.

Os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que representam Guedes, argumentaram que a filha do ministro foi incluída como diretora "para tratar, apenas, de questões burocráticas, não possuindo ingerência na administração dos recursos ou investimentos".

"A abertura de investigação demanda um suporte mínimo, que se refere à verossimilhança dos fatos supostamente ilícitos apontados e à probabilidade de que haja meios eficazes de apuração, o que não ocorreu no presente caso", escreveu Aras na decisão. Em dezembro, o PGR já tinha arquivado outra investigação preliminar contra Guedes sobre a manutenção da offshore.

O caso, conhecido como Pandora Papers, foi revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), do qual fazem parte os veículos brasileiros Poder360, Metrópoles, Piauí e Agência Pública.