Brasdesco
(Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo)| Foto:

O Bradesco reduziu a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, de 5% para 4,75% este ano, nível que deve ser mantido até o fim de 2020. Manteve, porém, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 0,8%, reduzindo a estimativa para 2020, de 2,2% para 1,9%. Ainda na revisão do cenário, o banco manteve as projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2019 em 3,5% e em 3,9% para 2020. No câmbio, a expectativa é de dólar mais forte este ano, com estimativa subindo de R$ 3,80 para R$ 4,00. Para 2020, a estimativa foi mantida em R$ 3,80.

A revisão do PIB tem "100% a ver" com o cenário externo, que está ficando mais desafiador, afirmou o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, que apresentou nesta sexta-feira (6) a revisão de cenário à imprensa. "O potencial para crescer crédito no Brasil nos próximos anos é enorme se mantivermos os juros baixos", disse ele, ressaltando que o país passa por uma transição de política econômica, com ajuste fiscal e setor privado ganhando maior protagonismo e defendeu que "estamos diante de oportunidade de convergir juro no Brasil ao padrão internacional."

No Credit Default Swap (CDS), considerado um termômetro do risco país, o economista ressalta que as taxas já precificam uma melhora do cenário, enquanto o câmbio ainda não. As taxas do CDS de 5 anos estão ao redor de 125 pontos, nível que o Brasil tinha quando era grau de investimento: "a solvência externa do Brasil está sendo vista como positiva", avalia.