Carros autônomos podem reduzir os congestionamentos nas grandes cidades
| Foto: Patrícia Basílio / Gazeta do Povo

Gregor Grandl, senior partner na Porsche Consulting Alemanha, apresentou os projetos da empresa ligados à mobilidade aérea autônoma e dados sobre o tráfego brasileiro e o futuro do transporte no mundo no Welcome Tomorrow. O evento realizado em São Paulo até domingo (10) reúne as maiores inovações de como vamos viver no futuro em diferentes áreas.

De acordo com o executivo, São Paulo é a quinta cidade mais congestionada do mundo. Não à toa, o paulistano perdeu, em média, 154 horas no trânsito em 2018. “Precisamos mudar nosso comportamento. Ainda vamos ao trabalho no mesmo horário de rush, dirigimos o carro sozinhos e evitamos o transporte público”, criticou Grandl.

Enquanto em Londres, na Inglaterra, 45% das pessoas utilizam transporte público, esse índice cai para 20% em São Paulo (SP). “Se queremos reduzir nosso problema de tráfego, temos que mudar nosso comportamento, investir em infraestrutura e novos modais, como veículos aéreos autônomos”, avaliou.

Segundo Grandl, existem hoje 200 projetos de carros aéreos autônomos no mundo, também conhecidos como eVOLTs, 48% deles na América e 32% na Europa. No entanto, “apenas de 5 a 10 deles serão bem-sucedidos.” “O potencial global de mercado dos eVOLTs é de 200 mil unidades para táxis aéreos, o que corresponde a US$ 220 bilhões”, destacou.

O gargalo do Brasil, contudo, está exatamente na carência de infraestrutura. São Paulo, por exemplo, tem apenas cinco espaços para pouso — o que permitirá o voo de 120 veículos aéreos autônomos. Para que esse número seja multiplicado por sete (1.020 eVOLTs), a cidade terá de criar mais 95 helipontos (totalizando 100). “Sou fã do transporte público e acredito que uma solução de fatores, incluindo os veículos aéreos autônomos, podem reduzir o tráfego nas grandes cidades, como São Paulo.”