Bolsa de valores
Ibovespa encerrou o mês de novembro com alta acumulada de quase 16%.| Foto: Pixabay

O mercado financeiro está eufórico com a possibilidade de vacinação contra a Covid-19 – e, por isso, está descolado do desempenho da economia real. Esta é a avaliação de José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), vinculado à Fundação Getúlio Vargas (FGV). "O mercado está mirando a reta de chegada, desprezando os obstáculos, mas nós temos muito chão até lá", afirmou Senna durante seminário promovido pela FGV e pelo jornal O Estado de S. Paulo. A avaliação dele, porém, é de que, no Brasil, essa conjuntura de boas expectativas pode durar menos tempo do que em outros países, por conta do panorama fiscal. "Aqui a presença do risco é muito significativa. Não basta preservar o teto de gasto, é preciso fazer as reformas e abrir espaço para tantas outras coisas. Os sinais que o governo vai dando é que vão comandando essa história. Até agora, a ausência de sinais foi bem interpretada. Notícias esquisitas nesse front e falta de ação [do governo] para fazer o que precisa ser feito podem romper esse vinculo", diagnosticou Senna.