McDonald’s em Moscou, em junho de 2020. A rede de fast food americana anunciou a saída da Rússia.| Foto: Yuri Kochetkov/EFE/EPA.
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O grupo McDonalds divulgou um comunicado nesta segunda-feira (16), informando que abandonará o mercado da Rússia e que iniciou um processo para vender a rede de lanchonetes em todo o país, após 30 anos de atividades. "A crise humanitária provocada pela guerra na Ucrânia, e o entorno imprevisível para operar ali, levaram o McDonald's a concluir que o negócio na Rússia não é sustentável, nem é consistente com os valores do McDonald's", aponta nota que foi distribuída para a imprensa americana e internacional.

O diretor-executivo do grupo, Chris Kempczinski, indicou em nota que estava orgulhoso dos mais de 60 mil funcionários no território russo e que a decisão tomada foi "extremamente difícil". "Nosso compromisso com nossos valores significa que já não podemos nos manter ali", afirmou o representante do McDonald's.

A saída do grupo tem um grande peso simbólico e econômico, porque a rede de 'fast food' foi uma das primeiras marcas ocidentais que se estabeleceu em Moscou, em 1990, pouco antes da desintegração da União Soviética. A presença do McDonald's na Rússia acabou se tornando um símbolo do fim da Guerra Fria.

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Em 8 de março, ainda antes do início oficial da chamada "operação militar especial" autorizada pelo presidente russo, Vladimir Putin, o grupo havia anunciado a paralisação temporária das atividades na Rússia, com o fechamento de cerca de 850 lanchonetes. Desde aquele momento, contudo, o McDonald's seguiu pagando os salários dos funcionários na Rússia. Hoje, o grupo indicou que seguirá realizando os pagamentos até que seja fechada a transação do negócio.

O grupo McDonald's prometeu preservar as dezenas de milhares de empregos na Rússia. "Serão conversados os postos de trabalho", afirmou Elena Chilingarian, porta-voz do companhia no território russo à Agência Efe. A representante do grupo McDonald's explicou que, a partir das instalações já existentes, há planos de criar uma nova empresa de 'fast food', que, possivelmente, abriria as portas ainda em junho deste ano. "Mais adiante, será informado sobre isso, porque se trata de uma inauguração que seria feita em 45 regiões russas", explicou Chilingarian.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]