A deflação de 0,04% do IPCA na quarta-feira (9) foi um dos gatilhos para revisão de apostas para a Selic
A deflação de 0,04% do IPCA na quarta-feira (9) foi um dos gatilhos para revisão de apostas para a Selic| Foto: Bigstock

Com a inflação surpreendendo para baixo, a recuperação econômica ainda lenta e a taxa de câmbio menos volátil, o mercado enxerga que o Banco Central será mais agressivo no corte dos juros. Segundo levantamento do 'Estadão/Broadcast' com bancos, consultorias e gestoras, a estimativa de uma Selic, a taxa básica de juros, a 4,5% em 2020 é predominante. Nos últimos dias, porém, as apostas de 4% ganharam força.

A Selic já está em um patamar historicamente baixo. Ainda assim, as apostas para a reunião deste mês do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, são unânimes em queda de 5,5% para 5%. Em dezembro, na última reunião de 2019, deve haver outro corte de 0,5 ponto porcentual, fazendo a Selic terminar o ano em 4,5%, segundo 23 de 32 casas ouvidas. Contudo, apenas nesta segunda-feira (14), Itaú Unibanco, Banco Fibra e Banco Votorantim já cortaram suas projeções para a Selic, esperando uma taxa de 4% no fim do ciclo, em 2020.

"É um ajuste fino. Com a atividade ainda fraca e a percepção de que não deve ter um choque cambial que inviabilize o cenário de juros, o sinal é de que o BC não deve parar em 4,75%. Mas, para ir além disso, seria necessária uma dinâmica cambial melhor. Esperamos que o câmbio fique relativamente estável, terminando este e o próximo ano em R$ 4", diz o economista João Fernandes, da Quantitas.