Essa foi a maior retirada líquida registrada para meses de julho desde o início da série histórica, em 1995.
Essa foi a maior retirada líquida registrada para meses de julho desde o início da série histórica, em 1995.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo/Arquivo

O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (4) que os brasileiros sacaram R$ 12,66 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança em julho. Essa foi a maior retirada líquida (saques menos depósitos) registrada para meses de julho desde o início da série histórica, em 1995.

Com o desempenho do mês passado, a poupança acumula retirada líquida de R$ 63,15 bilhões nos sete primeiros meses do ano, que representa a maior retirada acumulada para o período desde o início da série histórica, em 1995.

Em 2022, a caderneta registrou captação líquida (mais depósitos que saques) apenas em abril, quando o fluxo ficou positivo em R$ 3,51 bilhões. Nos demais meses, as retiradas superaram os depósitos, num cenário de alta da inflação e do endividamento, combinado com rendimentos mais baixos por causa dos aumentos da taxa Selic, que tornam outras aplicações de renda fixa mais atraentes.

Até recentemente, a poupança rendia 70% da taxa Selic. Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano. O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação, provocando a fuga de alguns investidores.

Nos 12 meses terminados em julho, a aplicação rendeu 6,2%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 11,39%. O IPCA cheio de julho será divulgado no próximo dia 9 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com informações da Agência Brasil.