Para Campos Neto, a pandemia da Covid-19 culminou no aumento da demanda por bens, tendência que se manteve mesmo após a retomada das atividades no Brasil.
Para Campos Neto, a pandemia da Covid-19 culminou no aumento da demanda por bens, tendência que se manteve mesmo após a retomada das atividades no Brasil.| Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que previsões de instituições financeiras projetam um crescimento entre 1,5% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para este ano. As estimativas foram apresentadas na terça-feira (31), durante audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados. “A gente tem visto revisões para cima no PIB brasileiro. O Brasil é um dos poucos países que tiveram revisão do PIB para cima. Já ouvimos muita gente falar em crescimento de 1,5% e 2%”, disse Campos Neto, citando a reação nos setores de serviços, do comércio e parte da indústria como indicativo da recuperação econômica no país.

Para Campos Neto, a pandemia da Covid-19 culminou no aumento da demanda por bens, tendência que se manteve mesmo após a retomada das atividades no Brasil. Somado a uma maior demanda por energia, com manutenção de um baixo investimento no setor, isso ajudou na manutenção da inflação global, afirmou. Ele afirmou ainda  que o clico de aumento da Selic está perto do fim. “O mundo começa a subir os juros, e o Brasil foi bem na frente. Subiu os juros bem, foi um dos primeiros países a dizer publicamente que entendia que o problema da inflação seria mais persistente. Muitos países ainda estão com juros reais negativos. Por isso, o mercado ainda espera que os países desenvolvidos subam muito os juros nos próximos meses”, acrescentou.

Ao citar os dados que apontam uma redução na taxa de desemprego no trimestre, Campos Neto afirmou que os números foram uma surpresa positiva e disse esperar que esse percentual fique abaixo dos dois dígitos até o  fim do ano. “Foi uma surpresa bastante positiva. Em termos de taxa de desocupação, quando a gente olha o trimestre, deu 10,5%. A gente está começando a falar que o desemprego este ano vai ser abaixo de dois dígitos. Lembrando que antes da pandemia, estava em 12%, então a gente já está em um nível bem melhor do que antes da pandemia”, declarou.