A maior influência negativa para o resultado de agosto veio do setor coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%).
A maior influência negativa para o resultado de agosto veio do setor coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%).| Foto: André Motta de Souza/Petrobras

A produção industrial no país teve uma queda de 0,6% na passagem de julho para agosto, segundo dados divulgados nesta quarta-feira  (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior houve um avanço de 0,6%. Com esses resultados, o setor ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Já na comparação com agosto de 2021, houve crescimento de 2,8%. No ano, a indústria acumula queda de 1,3% e, em 12 meses, de 2,7%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).

“A produção industrial mostrou melhora no seu ritmo ao logo de 2022, o que fica expresso, especialmente, na maior frequência de resultados positivos ao longo do ano: avançou em cinco dos oito meses de 2022. Nesse mês, volta a marcar queda na produção, mas com a característica de ser um recuo concentrado em poucas atividades, uma vez que somente oito das 26 apontaram taxas negativas”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

De  acordo com o órgão, a maior influência negativa para o resultado do mês frente ao mês anterior veio do setor coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com queda de 4,2%. “Houve uma perda disseminada entre os produtos desse ramo industrial, com redução na produção de óleo diesel, óleos combustíveis, gasolina, álcool, entre outros. Mas essa atividade, em comparações mais alongadas, mostra um comportamento positivo. Ou seja, esse comportamento de queda de agosto é algo mais pontual”, diz Macedo.

Outras contribuições negativas vieram das indústrias de produtos alimentícios (-2,6%), interrompendo três meses seguidos de alta, e indústrias extrativas (-3,6%), que elimina assim parte do avanço de 4,6% acumulado em junho e julho. “Esses três segmentos – derivados de petróleo, alimentos e extrativo – são os que mais pressionam a indústria como um todo. Juntos, eles respondem por cerca de 36% do setor industrial”, enfatiza o gerente da pesquisa.

Entre as 18 atividades com expansão na produção, veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%) exerceram os principais impactos. Segundo o gerente da pesquisa, essas atividades tiveram quedas no mês passado e estão fazendo agora uma compensação desses recuos.