taxa Selic juros
Previsão do mercado é que a taxa Selic continue subindo por causa da inflação persistente, com alta nos preços dos combustíveis e dos alimentos.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou nesta quarta-feira (16) um novo aumento na Selic, os juros básicos da economia brasileira. A taxa passou de 10,75% para 11,75%, ao ano, dentro do que o mercado esperava. É o maior patamar em quase cinco anos, desde que atingiu 12,25% em abril de 2017. É, também, a 9ª reunião consecutiva que o Copom decide elevar a Selic desde março de 2021, quando teve início a trajetória ascendente dos juros.

O Brasil tem a segunda maior taxa de juros real, segundo ranking com 40 das principais economias mundiais elaborado pela gestora de fundos Infinity Asset. Com a alta de 1 ponto porcentual, a taxa real chegou a 7,10% ao ano, abaixo apenas da taxa da Rússia (30,07%), que promoveu forte elevação nos juros após o ataque à Ucrânia.

A taxa que a Infinity usa para calcular o juro real é o Swap DI Pré de um ano, e não a Selic nominal. O objetivo, segundo a gestora, é "explicitar uma taxa 'a mercado', ou seja, um referencial do que seriam os juros dados ou tomados numa operação real e não o referencial das taxas nominais aplicadas pela Selic". A inflação considerada no cálculo é a projetada para os 12 meses seguintes.

A previsão do mercado é que a Selic continue subindo diante do cenário de inflação persistente, com alta nos preços dos combustíveis e dos alimentos, e de economia mais aquecida. Pesam ainda as incertezas geradas pela guerra da Rússia na Ucrânia, que pressiona o custo das matérias-primas. A próxima reunião do Copom está marcada para o início de maio.

O aumento da Selic é o principal instrumento do BC para enfrentar a inflação. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro veio com uma alta de 1,01%, acumulando 10,54% nos últimos 12 meses. O IPCA fechou no ano passado em 10,06%, o maior índice desde 2015.