Demanda alta estimula lançamentos
Para as empresas de fora, Curitiba deve crescer a taxas superiores às de outros mercados mais desenvolvidos. "Teríamos demanda garantida para um volume de lançamentos duas vezes maior", afirma Gustavo Kosnitzer, diretor para a região Sul da Rossi. A empresa paulista programa dois lançamentos para o segundo semestre, em parceria com a curitibana Thá, avaliados em R$ 100 milhões. Mais quatro devem ser colocados no mercado em 2011.
Segundo Kosnitzer, embora tenha um Produto Interno Bruto (PIB) superior ao de Porto Alegre, Curitiba sempre teve um mercado imobiliário menor que o da capital gaúcha. "Estamos há dez anos em Porto Alegre, que representa 60% dos negócios na região, e há cinco em Curitiba, onde movimentamos os outros 40%. Acredito que em dois anos teremos um equilíbrio das duas operações".
Para as empresas, a renda da população é um atrativo que garante vendas. Especializada em imóveis de alto padrão, a Plaenge, de Londrina, vai colocar à venda nesse segundo semestre empreendimentos com preços de R$ 900 mil a R$ 1,5 milhão a unidade. Juntos, terão valor de venda de R$ 150 milhões. De acordo com Fernando Fabian, diretor da empresa, entre 20% e 30% dos imóveis já estão reservados mesmo antes do lançamento. (CR)
O boom do mercado imobiliário em Curitiba está trazendo para a cidade a gigante de incorporação Brookfield, que monta uma unidade aqui para atender a região Sul do país.
Com forte atuação no Centro-Oeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro, a empresa é a última das grandes incorporadoras depois de PDG Realty, Cyrela, Rossi, Gafisa, MRV e Tecnisa a desembarcar na capital.
Segundo Luiz Angelo Zanforlin, executivo que vai tocar as operações, a empresa deve colocar no mercado até o fim do ano três lançamentos, nos bairros Portão, Água Verde e São Lourenço, com Valor Geral de Vendas (VGV) entre R$ 180 milhões e R$ 190 milhões. Para o próximo ano estão previstos outros R$ 300 milhões para Curitiba e R$ 200 milhões para Porto Alegre. "Curitiba é uma capital com grande potencial de crescimento. Além de elevado nível cultural e de renda, a cidade ainda conta com boa oferta de terrenos, o que a torna bastante atrativa", afirma.
Juntas, de acordo com Zanforlin, as três capitais do Sul representam metade do mercado de São Paulo. Além da unidade em Curitiba, o executivo vai tocar também a filial do interior de São Paulo, localizada em Campinas. A expectativa é que, em três anos, as duas operações representem entre 15% e 20% dos negócios da Brookfield Incorporações.
Segundo o executivo, uma característica de Curitiba é a pouca diferença de infraestrutura nos bairros e os preços dos imóveis, o que aumenta as oportunidades de incorporação. Fruto da fusão da Brascan Residential Properties, da Company e MB Engenharia, a Brookfield prevê vendas de R$ 3 bilhões a R$ 3,5 bilhões em 2010 contra os R$ 2,3 bilhões registrados em 2009. A empresa tem 50% do seu mercado voltado para a classe média, com imóveis de até R$ 500 mil.
Graças ao crédito farto e ao crescimento da economia, construtoras e incorporadoras devem bater recorde de lançamentos na capital em 2010. Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no Paraná, a previsão é que os alvarás liberados para construção de residências em Curitiba somem 3,2 milhões de metros quadrados em 2010, 19% mais do que no ano passado. Juntos, eles vão representar um recorde de R$ 8,3 bilhões em valor de mercado, 41% mais do que em 2009.
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