• Carregando...
Rombo maior aumentou pressão por saída de Silvio Santos do banco | Gilberto Abelha / Jornal de Londrina
Rombo maior aumentou pressão por saída de Silvio Santos do banco| Foto: Gilberto Abelha / Jornal de Londrina

O BTG Pactual, o maior banco de investimentos do país, sem tradição de varejo, é o novo dono do Banco PanAmericano, instituição com forte penetração nas classes C e D. Silvio Santos, controlador do PanAmericano, assinou a venda de sua participação no começo da noite de ontem por R$ 450 milhões. Silvio tinha 64,46% do capital total do banco. A Caixa Econômica Federal continua no negócio – em dezembro de 2009, ela comprou 35,54% do PanAmericano por R$ 739,27 milhões.

Não está claro se Silvio Santos sai do negócio com os R$ 450 milhões ou se o dinheiro será usado para pagar parte do empréstimo que o empresário recebeu do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), entidade privada dos bancos que recebe recursos dos depositantes. Algumas pessoas que participam da operação afirmaram que Silvio sairá livre de dívidas e com seus ativos liberados. O FGC decidiu ontem dar um empréstimo adicional de R$ 1,5 bilhão para o PanAmericano. Em novembro, o fundo já havia emprestado R$ 2,5 bilhões para evitar que o banco de Silvio quebrasse.

Silvio aceitou o negócio com o Pactual por duas razões, segundo executivos que acompanharam a negociação: aos 80 anos, livrou-se de uma dívida de R$ 4 bilhões; e o Banco Central já não aceitava que o empresário continuasse à frente da instituição após a descoberta de que o rombo era de R$ 4 bilhões, e não R$ 2,5 bilhões.

O FGC também teria pressionado o apresentador por ter feito a ele um empréstimo em condições excepcionais e recebido em troca garantias que não valiam o que o apresentador dissera, na avaliação de integrantes do fundo. Silvio teria dez anos para pa­­gar o empréstimo, com três anos de carência, corrigido por inflação mais TR.

Tensão

A negociação do FGC com os advogados de Silvio, que começou no meio da semana passada, foi extremamente tensa, de acordo com executivos. Silvio ficou enfurecido quando soube que o rombo crescera em R$ 1,5 bilhão.

Como está afastado da administração do banco desde novembro, quando o fundo assumiu a direção da instituição, o apresentador desconfiou do valor. Achou que poderia ser alguma manipulação dos grandes bancos, que controlam o FGC, e dizia que o rombo maior poderia ser uma maneira de os grandes bancos tomarem o PanAmericano por um valor irrisório.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]