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Brasília – A demanda cada vez maior das empresas por crédito tem elevado as taxas de juros mesmo com as sucessivas reduções da Selic desde setembro passado. Em fevereiro, segundo o Banco Central, a taxa média passou de 31,3% para 31,6% ao ano para pessoas jurídicas.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico da instituição, Altamir Lopes, esse quadro deve-se ao spread bancário (diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada do empréstimo, que acaba sendo o ganho propriamente dito dos bancos) para esse segmento, que continua crescendo. No mês passado, o spread para as companhias passou de 14,5% para 15,1% anuais.

"Há mais empresas buscando crédito, por causa da atividade econômica crescendo. Especificamente mais empresas pequenas que acabam, normalmente, pagando mais caro pelas taxas", explicou Lopes, acrescentando que, no curto prazo, essa tendência pode ser revertida por causa do equilíbrio do mercado, "dependendo da demanda."

O aumento dos juros para as empresas foi encarado pelo economista Guilherme Maia, da consultoria Tendências, como pontual. "Não acreditamos que este aumento seja algo duradouro", disse. O próprio chefe do Banco Central disse esperar que o custo destas operações venha a ficar mais em conta já em março. "Nos primeiros 13 dias deste mês, já registramos uma pequena queda dos juros nestas operações com empresas."

A expectativa de queda, de acordo com Lopes, se baseia no fato de que o custo pago pelos bancos na captação de recursos vem apresentando queda expressiva nos últimos meses. "Esta queda terá que ser repassada ao tomador de crédito em algum momento", afirmou.

Recuo

Para pessoa física, as taxas médias de juros recuaram 0,5 ponto porcentual em fevereiro, para 59,2% ao ano, o menor nível desde o início da série histórica, em 1995. Para cheque especial, por exemplo,a taxa média passou de 147,8% para 146,8% anuais, a menor desde março passado (146,1%), e para crédito pessoal recuou 0,3 ponto porcentual, para 68,6% ao ano.

Lopes afirma que essas taxas continuarão recuando, sobretudo por causa do aumento dos empréstimos consignados, com desconto em folha de pagamento e que apresentam juros menores. Ele não precisou, no entanto, de quanto poderia ser esse aumento.

O volume de crédito no país, ainda em fevereiro, somou R$ 615,6 bilhões, 1,1% a mais do que em janeiro e 20% a mais no período de 12 meses. A relação desse volume com o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) em 31,3%, 0,2 ponto porcentual a mais do que no mês anterior. Em março, adiantou Lopes, até o dia 13 o volume de crédito total já havia crescido 1,6%, sendo que para pessoa física, 1,8% e, para jurídica, 1,4%.

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