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A coach Adriana Ferrareto e o profissional Marcelo Maingué, que está fazendo um plano para retornar ao mercado | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
A coach Adriana Ferrareto e o profissional Marcelo Maingué, que está fazendo um plano para retornar ao mercado| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
  • A amarelinha da recolocação

O profissional de comércio exterior Marcelo Maingué, de 31 anos, recebeu uma notícia para lá de ruim na última semana: após três anos trabalhando em uma grande empresa de atuação internacional, teve seu nome incluído numa extensa lista de cortes, com a justificativa de que a companhia precisava reduzir custos.

Marcelo tem características que, segundo especialistas, serão decisivas para que ele consiga rapidamente um novo trabalho na sua área: experiência internacional, é jovem – porém experiente –, dinâmico – já trabalhou em outros estados –, tem uma pós-graduação e fez cursos específicos na área de comércio exterior. E, além disso, não desanimou, o que é o primeiro passo para a recolocação: "Não dá para tirar férias. Você não pode pensar que, pelo fato de ser janeiro ou fevereiro, a sua procura vai começar só depois do carnaval. A busca por uma nova alternativa tem de ser imediata", diz a vice-presidente de Planejamento da ABRH, Lizete Araújo.

Mas será que isso tudo basta?

A convite da reportagem, Marcelo visitou a coach (técnica, ou "treinadora", numa adaptação do inglês) Adriana Ferrareto, da NeoplanRH, para saber como pode aumentar as chances de voltar ao mercado. As sugestões que ouviu são preciosas não só para ele, e, frise-se, não só para quem está desempregado.

"O primeiro passo é o autoconhecimento. Você precisa saber exatamente onde está e aonde quer chegar. É hora de pensar se você quer apenas ser recolocado ou se quer repensar questões como o ambiente de trabalho e a remuneração", explicou a coach. Essa reflexão é uma tarefa mais complicada do que parece, mas é essencial para a concentração de esforços.

O segundo passo é procurar, em si mesmo, um diferencial. Habilidades pessoais e comportamentais, como uma boa comunicação, por exemplo, fazem diferença na hora de uma entrevista. Questões como boa saúde e relacionamento familiar também influenciam no momento da recolocação.

Em seguida, com base nas respostas anteriores, é preciso elaborar um bom currículo. Há ferramentas e informação de sobra para isso na internet, lembrou Adriana. O currículo, segundo ela, deve ser específico para cada vaga a que o profissional se candidatar. Além disso, um cartão de visitas pessoal é imprescindível.

Com o material em mãos, disse ela, é hora de partir para o networking, a sua rede de contatos. Aqui, ela faz uma ressalva: "O networking tem de ser ativo. Não adianta ficar atrás do computador esperando contatos que você acaba ‘mofando’."

Para Marcelo, ela sugeriu participar ativamente dos eventos de comércio exterior e logística que ocorrem na cidade (e conhecer o máximo de pessoas nestes eventos), ler, separar e enviar para seus contatos notícias e artigos relevantes, produzir artigos e até mesmo criar um blog na internet sobre comércio exterior, e procurar faculdades e universidades para oferecer palestras. A recomendação serve também para quem já está empregado. "Você acaba se tornando uma referência na sua área. Quem é que não vai querer este profissional?"

Paralelamente a isso, é preciso listar as empresas em que você gostaria de trabalhar, e procurar descobrir, nestas empresas, quem contatar para chegar à vaga pretendida – se é o gestor da área ou o gerente de RH, por exemplo. E traçar um plano de ação para chegar a estas pessoas.

"É preciso colocar no papel tudo o que você vai fazer. Quantos currículos eu vou enviar por dia? Quantas buscas eu vou fazer? Quantos contatos eu vou ativar? São tarefas que, ao final do dia, devem ter sido todas cumpridas", sugere Adriana.

A gerente de recrutamento e seleção da Allis S.A., Gerusa Mengarda, frisa que a busca pela recolocação deve ser intensa. "A pessoa tem que transformar o próprio dia. Se antes eram 8 horas de trabalho na empresa, agora vão ser 8 horas de procura de emprego." E mais: "Ela tem de espalhar a informação de que está disponível no mercado. Tem gente que sente vergonha. Mas não é momento de se recolher, é momento de se mostrar."

Após uma hora de conversa com a coach, Maingué saiu "provocado". "Eu saí mais provocado a fazer isso [a busca por uma recolocação] de uma forma estruturada. Antes eu iria meio sem pensar, só mandando currículo. Acho que a palavra de ordem é objetividade e planejamento. Por isso valeu bastante", avalia.

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