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Perfil - Preconceito ainda prevalece

Brasília – O mapa do emprego divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que ainda prevalece no mercado de trabalho brasileiro preconceito contra os trabalhadores negros e do sexo feminino. De acordo com o estudo, há um perfil comum aos 15 setores da economia que sofrem com a falta de mão-de-obra qualificada e com experiência. Em 63% dos casos, há preferência por homens e, em 58% das vagas, por brancos. O perfil foi obtido pelas características dos trabalhadores já contratados nesses setores.

Há quinze dias a empresária Marli Alves procura profissionais para três vagas disponíveis em seu salão de beleza, o Mulher Plena, no Cabral. Nenhum dos candidatos que apareceu tinha a qualificação necessária. "As manicures não se especializam. Um curso de unhas de porcelana, por exemplo, dura um ou dois dias. Não tem desculpa para não crescer na profissão."

A história de Marli se repete em muitos outros salões da cidade. "Essa é uma área muito carente de mão-de-obra", diz a diretora do centro técnico da Keune em Curitiba, Claudete Matte. Há dois anos o centro mantém o projeto "Fazendo a cabeça", voltado a qualificação de assistentes de cabeleireiro. Os 23 alunos da segunda turma se formaram há poucos dias e, segundo Claudete, estão todos empregados. "O mercado da beleza está muito aquecido. A própria rede tem absorvido muitos profissionais que se formam conosco. Mas mesmo com a escola, em alguns momentos temos dificuldade de preencher vagas", confirma a diretora da escola profissionalizante da rede Lady&Lord, Cláudia Marigo. A escola oferece 20 cursos, dos quais participam cerca de 200 alunos por mês.

O cabeleireiro Thaison Limce, de 18 anos, participou da primeira turma do centro técnico da Keune, em 2006. "Quando eu terminei, tinha duas ofertas e pude escolher." Trabalhou seis meses como auxiliar em um salão e hoje é o "titular" da cadeira. "Não tive dificuldade nenhum para encontrar emprego. Mas sei que é uma área em que é preciso estudar sempre." (CS)

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