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Mesmo com a economia brasileira patinando, um setor cresce de forma vigorosa, a taxas "chinesas": a cabotagem, transporte interno de cargas pelo mar, que avançou 7,7% nos primeiros nove meses de 2013, frente ao mesmo período de 2012.

O incremento é mais sentido na área nobre do setor de cargas, os produtos transportados por contêineres, nos quais está o maior valor agregado. A taxa de expansão deste segmento foi de 28%. E, segundo analistas, este crescimento tende a ser de cerca de 10% ao ano até 2020, em busca de reduções de custos de logística que chegam a 15%.

Modernização

No passado, a cabotagem já foi próspera no Brasil, mas o modal foi perdendo força com a queda da indústria naval e o sucateamento das Companhias Docas, que tornaram os portos públicos ineficientes. Entre os anos 1990 e a década passada, o setor ficou restrito ao transporte de líquidos (como petróleo e gasolina) e alguns granéis (grãos e minérios). Mas, com a recente modernização dos portos, o cenário mudou.

Nos últimos três anos, estima-se que governo e setor privado tenham investido, juntos, cerca de R$ 30 bilhões nos portos do país – em melhoria no acesso, dragagem dos canais e construção de novos terminais.

O transporte pelo litoral ganhou impulso também devido aos custos dos pedágios nas rodovias, a nova lei dos caminhoneiros (que exigiu mais paradas dos motoristas) e a saturação nas estradas, aliados à quase inexistência de ferrovias que façam transporte de carga industrial no país.

Para atender ao aumento da demanda, a Aliança Navegação e Logística, líder no transporte de cabotagem, com cerca de 50% do mercado, investiu R$ 450 milhões no ano passado na renovação da sua frota de navios porta-contêineres.

Ricardo Sproesser, sócio da Mind Estudos e Projetos, cita outra razão: 70% da população brasileira vive a até 100 quilômetros da costa. "A movimentação na cabotagem cresce, também, pela maior segurança nestes tempos de aumento de roubo de cargas em rodovias", diz.

Cleber Lucas, presidente da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac), conta que, nos nove primeiros meses de 2013, o tráfego de contêineres subiu 28%. Embora estime que o ritmo cairá um pouco nos próximos anos, ele acredita que o crescimento continuará forte. "Há outro fator: o crescimento de renda do Norte e do Nordeste, que amplia as rotas entre estas regiões e o Sul-Sudeste", explica.

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