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O cadastro positivo, um ban­co de dados sobre os bons pagadores, entrou em vigor ontem, e as instituições financeiras já estão aptas a registrar os interessados – a adesão é opcional.

O cadastro vai armazenar o histórico de pontualidade no pagamento das contas de crediário, financiamento, água, luz e telefone. A maior vantagem é separar os bons dos maus pagadores, o que teoricamente pode reduzir, para os primeiros, o custo do risco embutido nos juros. Por outro lado, tais informações estarão disponíveis para bancos e financeiras, o que tende a expor a privacidade dos cadastrados.

A associação Proteste teme que essa exposição traga também transtornos, como uma enxurrada de propagandas indesejadas. "Estamos preocupados com o sigilo. É difícil controlar para onde vão essas informações, que são pessoais. Faltou uma campanha para esclarecer antes. As pessoas não sabem o que está acontecendo. Podem autorizar e depois ter problemas", afirma a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.

Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa Experian, garante que as informações não serão acessadas "por qualquer um". "A lei é para ofertas de crédito, não é para marketing, não é para venda. Quem fizer isso está descumprindo a lei, e o cliente precisa reportar o erro e cobrar", afirma.

O presidente da Boa Vista Serviços, Dorival Dourado, afirma que entrar no cadastro pode ajudar o consumidor a conseguir vantagens entre as instituições financeiras, que vão disputar os bons pagadores.

Mas a boa conduta não deve ser recompensada imediatamente: as empresas que vão gerenciar o cadastro afirmam que pode demorar até um ano para o consumidor cadastrado aproveitar as vantagens. Isso porque essas companhias – as mesmas que cuidam do cadastro negativo – ainda vão recolher informações sobre os consumidores no varejo e no setor de serviços.

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