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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá avaliar se a presença de Abilio Diniz nos conselhos de administração da BRF e do Carrefour Brasil configura algum conflito de interesses, uma vez que a fabricante de alimentos é uma fornecedora relevante da varejista.

O empresário também é sócio minoritário das duas empresas. "Certamente será analisado pelo Cade, porque envolve uma questão de cruzamento vertical", afirmou uma fonte.

Questionado na quinta-feira (18), sobre esse possível conflito, durante teleconferência sobre sua entrada no rol de sócios do Carrefour, com direito a escolher dois dos onze conselheiros da empresa no país, Abilio negou veementemente que haja qualquer impedimento para sua presença nas duas companhias.

"Não foi feita nenhuma consulta (ao Cade) e não há nenhuma razão para fazer. Se tivesse alguma razão, nós faríamos", afirmou o empresário.

Na teleconferência, o presidente global do Carrefour, Georges Plassat, também afirmou a presença de Abilio no conselho da varejista no Brasil não configura, em sua opinião, qualquer conflito de interesse.

Procuradas ontem pela reportagem, fontes próximas à negociação entre Abilio Diniz e Carrefour afirmaram que não existiria conflito porque o empresário não terá influência direta na administração da varejista brasileira.

Além disso, a participação da Península, companhia por meio da qual Abilio investiu R$ 1,8 bilhão no Carrefour Brasil, é minoritária, de 10%. Mesmo que ele exerça a opção de comprar mais ações, sua fatia não ultrapassará 16%.

Sem conflito

Além disso, ao contrário do que ocorria com o Casino, seu sócio no Grupo Pão de Açúcar, a relação entre Abilio e o Carrefour é amigável. Então, o novo sócio francês do brasileiro certamente não vai questionar a presença do empresário na presidência do conselho da fabricante de alimentos, como fez o Casino no ano passado.

O atual controlador do Pão de Açúcar pediu que Abilio renunciasse ao conselho da varejista em 2013, em razão da intensa relação entre as duas companhias. O imbróglio só foi resolvido no ano passado, quando Abilio fez acordo para deixar o cargo. Em 2014, a família Diniz se desfez aos poucos de suas ações do GPA.

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