• Carregando...
Protesto em Curitiba, onde trabalham 80 arquitetos, engenheiros e advogados | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Protesto em Curitiba, onde trabalham 80 arquitetos, engenheiros e advogados| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Investimentos

Alterações na poupança são estudadas

O rendimento da caderneta de poupança deverá ficar menor após as mudanças que estão em estudo no governo, admitiu ontem a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho. Ela destacou, entretanto, que ainda não estão definidas que alterações serão feitas e apelou para que a população não fique preocupada. "Essa discussão sobre a poupança está sendo conduzida no âmbito do Banco Central e do Ministério da Fazenda e o governo tem sido muito prudente", afirmou.

"É evidente que, se há um processo de redução das taxas de juros, essa redução vai ocorrer em todos os setores da economia, mas não há porque as pessoas terem preocupação (com relação ao que acontecerá com as cadernetas de poupança) porque isso está sendo bastante discutido, e é uma discussão que precisará amadurecer até poder ser divulgada", declarou a presidente.

A Caixa Econômica é o principal operador de cadernetas de poupança do país. O banco acumula, no primeiro trimestre deste ano, um saldo de captações em poupança de R$ 95,8 bilhões, o que representa um acréscimo de 21,1% em relação a igual período do ano passado. Com esse saldo, a Caixa tem uma participação de 35,17% no segmento de poupança.

A caderneta de poupança é uma das aplicações mais populares no país, com a garantia em lei de rendimento equivalente à variação da Taxa Referencial (TR) mais 6% ao ano e livre da incidência de qualquer tributo, inclusive Imposto de Renda.

A equipe econômica estuda alterações no rendimento porque teme que, com a redução dos juros básicos da economia, essa aplicação se torne mais atraente para grandes investidores do que os fundos de investimentos. Os fundos são formados em sua maioria por títulos públicos. Uma queda nas aplicações colocaria em risco a rolagem da dívida pública e financiamento das ações de governo.

Apesar da pressa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em ver resultados do programa "Minha Casa, Minha Vida", a Caixa Econômica Federal não assinou até agora nenhum contrato de financiamento de projetos habitacionais de construtoras para atender à população com renda de zero a três salários mínimos. O andamento do programa, que entrou em operação no último dia 13, deve atrasar ainda mais com a greve dos arquitetos, engenheiros e advogados do banco iniciada ontem.

Responsáveis pela análise e acompanhamento dos projetos de financiamento que chegam à Caixa, esses profissionais dizem que não só o "Minha Casa, Minha Vida" vai parar, como também a parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que está sob responsabilidade do banco. Quando lançou o programa habitacional no final de março, o presidente cobrou agilidade e mais eficiência da Caixa.

O banco informa que ainda não é possível calcular os impactos do movimento, porque ele é muito recente. Mas, segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa (Aneac), Frederico Valverde, a greve paralisa a análise de projetos. De acordo com balanço parcial da Aneac, 80% da categoria aderiu à greve. No Paraná, a Caixa emprega cerca de 150 engenheiros, arquitetos e advogados, 80 deles em Curitiba.

Os grevistas pedem o alinhamento dos salários pagos pela Caixa com os pagos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ministérios. "A gente entende que o nosso trabalho é equivalente, mas nós temos muito mais coisas sob nossa responsabilidade que o BNDES", diz o engenheiro Aroldo Lima, que trabalha em Curitiba.

Frederico Valverde, da Aneac, diz que o banco, até agora, não sinalizou com uma proposta consistente – segundo ele, a oferta da Caixa é de reajuste médio de 7,5%. Valverde conta que o salário inicial da categoria é de cerca de R$ 5 mil, enquanto no BNDES é de cerca de R$ 8 mil. Hoje, os grevistas fazem assembleia para avaliar o movimento e definir seus rumos.

Balanço

Durante um programa de rádio, a presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, informou que o banco já recebeu 221 projetos habitacionais de construtoras para atender à população com renda de zero a três salários mínimos. Mas nenhum foi aprovado. Segundo Maria Fernanda, os 221 empreendimentos habitacionais vão garantir 43 mil moradias. "Importante dizer que são empreendimentos espalhados por todo o Brasil, não há concentração em nenhuma região", afirmou.

Ela explicou que esses projetos ainda estão em processo de análise pela Caixa, que dura em torno de 30 a 45 dias após recebê-los das construtoras. "Com isso, a nossa expectativa é que as primeiras casas do programa poderão começar a ser entregues dentro de 8 a 12 meses", afirmou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]