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Unidade do PanAmericano em Curitiba:  aporte é necessário para restabelecer o "pleno equilíbrio patrimonial" | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Unidade do PanAmericano em Curitiba: aporte é necessário para restabelecer o "pleno equilíbrio patrimonial"| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Bastidores

Lula sabia de problemas

O megadepósito de R$ 2,5 bilhões anunciado na noite de ontem pelo Grupo Silvio Santos foi a solução encontrada para que fossem resolvidos os problemas do Banco PanAmericano sem que o novo sócio, a Caixa Econômica Federal, tivesse de fazer aportes na financeira. "O principal acionista resolveu todo o problema que apareceu", diz fonte ligada à instituição. O tema teria sido, inclusive, debatido há pouco mais de um mês em encontro surpresa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Silvio Santos no Palácio do Planalto.

Quando as inconsistências foram encontradas no PanAmericano, foi decidido que a Caixa não teria responsabilidade inicial de participar da injeção de capital porque os problemas do balanço foram gerados em um período anterior à compra de 49% do capital da financeira pelo banco estatal.

Dessa forma, o acionista majoritário teve de assumir toda a responsabilidade para cobrir o rombo aberto na instituição. Assim, foi construída solução ao longo das últimas semanas para que houvesse o mega empréstimo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), sem que o Grupo Silvio Santos tivesse de tomar recursos junto ao mercado, o que poderia chamar a atenção para o problema.

Vale lembrar que a CaixaPar, braço de investimentos do banco estatal, fez uma longa e detalhada avaliação dos números do PanAmericano antes de bater o martelo para a compra de 49% do capital do banco em dezembro de 2009. Na época, não havia sido encontrada nenhuma inconsistência nos balanços e relatórios.

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A Caixa Econômica Federal anuncia hoje, em ação conjunta com o Banco Central (BC), uma espécie de intervenção "branca'' no banco PanAmericano. A CEF comprou, no final de 2009, 35,54% do capital social da instituição, em operação de R$ 739,2 milhões.

Com 49% do capital votante e 20,69% das ações preferenciais, a CEF tem direito de indicar igual número de membros para o Conselho de Administração do banco que a holding Silvio Santos, sócia majoritária da instituição.

Pelo acordo de acionistas, a presidência do Conselho seria alternada anualmente com a indicação da CaixaPar (Caixa Participa­­ções) e do grupo pertencente ao apresentador de tevê.

Além desses direitos, a CEF deverá pôr funcionários em cargos executivos na direção do PanAme­­ricano, segundo informações de pessoas próximas à operação.

O banco divulgou ontem, após o fechamento dos mercados, fato relevante no qual informou que o Grupo Silvio Santos fará aporte de R$ 2,5 bilhões na instituição, após constatar "inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade''. Segundo comunicado divulgado pelo PanAmericano, o dinheiro servirá para restabelecer o "pleno equilíbrio patrimonial'', ampliar a liquidez e preservar o atual nível de capitalização.

De acordo o jornal O Estado de S. Paulo, o objetivo do aporte é cobrir um rombo do mesmo valor, de R$ 2,5 bilhões, descoberto pelo Banco Central há cerca de um mês. De acordo com a publicação, o problema é decorrência de ativos e créditos fictícios registrados por diretores da instituição para supostamente inflar os resultados do banco.

Fundo

Os recursos virão do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), entidade que garante também os depósitos dos poupadores brasileiros e que atuou durante a crise recente para ajudar outras instituições financeiras de médio e pequeno porte. Foram dados como garantia bens do Grupo Silvio Santos.

O PanAmericano é o 20.º banco comercial do país em ativos, segundo dados dos balanços até junho. Tem cerca de mil agências e 120 mil funcionários.

Ações

Os rumores em torno de uma possível quebra do PanAmericano circularam com força ontem no mercado, afetando as ações do banco e de outras instituições do setor. Os papéis do PanAmericano fecharam o pregão com queda de 6,75%. Santander Brasil (-5,59%) e BicBanco (-6,21%) também fe­­charam em baixa.

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