• Carregando...
Segundo o ministro da Fazenda Joaquim Levy, expectativa é de que a operação de abertura de capital ocorra ainda em 2015. | Antônio More /
Gazeta do Povo
Segundo o ministro da Fazenda Joaquim Levy, expectativa é de que a operação de abertura de capital ocorra ainda em 2015.| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

O governo anunciou nesta quarta-feira que pretende abrir o capital da Caixa Seguradora, uma das empresas na área de seguros em que a Caixa Econômica Federal tem participação minoritária. A estratégia é criar uma holding que reunirá todas as participações da Caixa em empresas de seguros e seus sócios privados. Feito isso, a Caixa fará a abertura de capital (IPO) da holding, nos mesmos moldes do BB Seguridade, braço de seguros do Banco do Brasil.

O processo tem dois objetivos: reforçar a posição da Caixa no segmento de seguros e também o caixa do Tesouro, para assegurar o cumprimento da meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) de R$ 66,3 bilhões, equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Com a nova modelagem, a Caixa controlará a holding e manterá a participação nas seguradoras e corretoras.

“A Caixa continuará 100% pública, mas a atividade de seguros, que hoje já tem sócio privado, abrirá o capital. Essa é uma possibilidade de aumentar a presença da Caixa num segmento importante da economia e, ao mesmo tempo, aproveitar a vitalidade do mercado de capitais”, explicou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Segundo o ministro, a ideia é começar imediatamente os estudos sobre a operação de abertura de capital de modo que ela seja realizada ainda em 2015.

Tesouro nacional

Além de contribuir para o superávit primário das contas do setor público, o IPO da área de seguros da Caixa Econômica Federal vai ajudar a capitalizar o banco e evitar a necessidade de aportes futuros do Tesouro Nacional. A operação é considerada importante em várias frentes, inclusive em garantir maior valor ao banco público e aumento de eficiência. A operação pode assegurar reforço na arrecadação de impostos e nos dividendos pagos pelo banco ao Tesouro Nacional.

A estratégia de política econômica do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, incluiu suspender novos aportes do Tesouro por meio de empréstimos de longo prazo aos bancos públicos.

A presidente da Caixa, Miriam Belchior, destacou que a atual participação do banco como sócio minoritário em várias empresas não explora inteiramente o potencial do mercado de seguros no Brasil.

“Há um potencial enorme em jogo, e, para a estratégia da Caixa, é fundamental se apropriar de parte dele. A Caixa tem um valor gigante que está subaproveitado com a atual estrutura societária”, disse a presidente da Caixa, acrescentando que a operação será boa para os clientes do banco, pois aumenta a capilaridade dos serviços de seguros no país.

Arrecadação

Com o IPO, o governo espera repetir o sucesso que o Banco do Brasil teve com a abertura de capital do BB Seguridade. Realizada em 2013, ela arrecadou R$ 11,5 bilhões, maior volume atingido por uma empresa brasileira desde 2009. Com o ganho de capital para o BB, o governo recolheu R$ 3 bilhões em tributos, ajudando a realizar o primário daquele ano.

“A ajuda do BB Seguridade (para o primário) foi por meio de uma arrecadação maior da Receita Federal. Se esse movimento de oferta pública revelar que a Caixa teve valor maior que o hoje registrado nos livros, esse montante pode ser tributado”, afirmou Levy, que acredita que haverá apetite do setor privado no negócio.

Segundo ele, a “resiliência do preço das ações do BB Seguridade nos últimos seis meses” é sinal disso.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]