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Ovos trufados e dietéticos incrementam as novidades

Entre os lançamentos da Páscoa deste ano estão vários ovos "trufados", chamados assim porque levam recheio pastoso na casca. Para quem precisa evitar doces incrementados por motivo de saúde, indústria e fabricantes artesanais trazem versões dietéticas que chegam a confundir os mais viciados chocólatras.

Os recheios especiais incluem sabores inusitados. Na Lancaster, a novidade é de laranja. O menor ovo é o de meio quilo, por R$ 42. Outros favoritos são o ovo recheado com nozes e as cestas com colomba, ovo, coelho e bombons, que chegam a custar R$ 250.

A Cuore di Cacao espera crescer 50% em sua terceira Páscoa curitibana, cuja novidade é o ovo trufado de damasco. O de 250 g sai por R$ 58, mas precisa comer rápido: a validade é de 25 dias.

Na Schimmelpfeng, o ovo recheado com licor Amarula atrai os mais sofisticados. A loja também tem agrada as crianças com coelhos de pelúcia. "Gostamos desse!", dizem os irmãos Ernesto e Homero Cheli, apontando para um ovo enorme de R$ 145.

O que mais surpreende é o sabor da opção diet, praticamente idêntica a do chocolate ao leite tradicional. "Levamos anos para lançar porque foi difícil achar o ponto", conta o diretor da Icab, Luigi Muffone, que lançou a versão dietética este ano.

A indústria também parece ter encontrado a fórmula do diet gostoso. A Lacta lançou o Lacta Diet, ao leite, e a Nestlé tem a versão branca, o Galak Diet. "Foi um pedido do consumidor", conta o promotor de vendas.

Outra escolha de quem precisa cuidar da saúde é o chocolate meio amargo, que leva mais cacau, rico em flavonóides, que retardam o envelhecimento.

Os "extras" também chamam a atenção. A confeitaria Provence traz ovos infantis com pasta americana colorida de enfeite. Já as embalagens mais sofisticadas vêm em caixa. "Ela é mais bonita e melhora a conservação", conta Bibiana Schneider, que adotou as caixas este ano.

A Páscoa concentra boa parte do consumo anual de chocolate do brasileiro, que é de 2,4 quilos. Com isso, a confeitaria Valbella faz nessa época 30% do faturamento do ano. O que mais saem são os coelhos. O maior, de 3 kg, é muito vendido para rifas de escola, por R$ 239. (HC)

O forte calor do início do outono atrasou as vendas de ovos de Páscoa este ano, já que o consumidor não quer levar para casa chocolate que vá amolecer. Mesmo em Curitiba, que costuma ter a temperatura mais amena entre as capitais, os expositores dos supermercados continuam repletos, e muita coisa deve se perder no próprio ponto de venda.

Os ovos custam em média 5,5% mais este ano, o que, para alguns consumidores, é mais um fator para atrasar a compra. "Sempre espero as promoções de sexta e sábado antes da Páscoa. Não pago mais que R$ 9 num ovo", diz Clarice Nunes, que tem dois filhos. "Estou indignada com os coelhinhos de R$ 4. Não vou levar", conclui Silvana Kruger, que precisa comprar 12 ovos.

Culpa do calor

Na Casa China da Rua XV, vários ovos estavam amolecidos ontem, alguns até amassados. O gerente, Nélson Nakashima, não teme maiores prejuízos, pois sabe que poderá vender praticamente tudo com bons descontos. "Mas nada de devolução", ele avisa.

Alguns supermercados, que esperam vender em média 20% a mais este ano, chegaram a atrasar a exposição dos ovos para evitar prejuízos, como fez o Super Dip, onde os "parreirais" apareceram só no dia 19 de março. Apenas a loja de Paranaguá, entre as 12 do grupo, possui aparelho de ar condicionado. "Mas temos boa ventilação e cuidados especiais", explica o superintendente Frederico Kaefer.

Ontem, na loja do Centro Cívico, os ovos estavam em boas condições. O gestor de compras Douglas Ortolan conta que os próprios fornecedores já enviaram uma quantidade maior do que foi pedida pela rede para substituir ovos entregues com problema.

"Antes da exposição os ovos são estocados em câmaras frias e os promotores enviados pelos fabricantes cuidam para as pessoas não apertarem demais o produto", explica Kaefer.

A cabeleleira Adriana Moreira Paz sentencia: chocolates amolecidos são de má qualidade. "Chocolate bom não derrete. Eu me preocupo com o que dou para minha filha, principalmente com a conservação dos ovos que possuem amendoim e outros ingredientes mais perecíveis que o próprio chocolate", diz a atendente de telemarketing Gésyca dos Santos.

Já o proprietário da Nipocenter, Sandro Sakta, lembra que em Curitiba esfria à noite, o que, segundo ele, impede problemas mais graves com o período de calor.

Nas quatro lojas da catarinense Havan em Curitiba, a logística de distribuição foi alterada para evitar derretimentos. Ao invés de acumular ovos na central, em Brusque (SC), a entrega é feita diretamente nas lojas, e no início da manhã, quando é mais fresco.

As grandes redes supermercadistas compram ovos em consignação, e com isso podem devolver ovos derretidos. É o que rezam os acordos fechados com a Kraft, fabricante dos populares ovos Lacta.

A rede Super Dip, de tamanho médio, não consegue comprar ovos de fabricantes por consignação, e usa as eventuais sobras em bolos e confeitos. Para o superintendente Frederico Kaefer, as vendas de abril devem ser 36% maiores este ano em relação ao ano passado, porque foram abertas três novas lojas.

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