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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (10) um projeto que mantém a política de valorização do salário mínimo até 2019. A votação, no entanto, não foi concluída e deputados da base aliada ameaçam impor uma nova derrota ao Palácio do Planalto, estendendo o mecanismo para aposentados e pensionistas.

O texto aprovado garante pelos próximos anos o sistema de atualização do mínimo que é calculado com a correção da inflação, medida pelo INPC do ano anterior, mais a variação do PIB de dois anos antes. A norma em vigor perde validade no fim do ano.

Governo cede e aceita proposta de reajuste escalonado das tabelas do IR

Nesta quarta-feira (11), será publicada medida provisória definindo correção gradual de 6,5%, 5,5%, 5% e 4,5%, de acordo com a faixa de renda dos contribuintes

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Os parlamentares, porém, deixaram para votar na sessão desta quarta as sugestões de mudança na proposta. Entre as medidas que ainda precisam ser avaliadas está a extensão da regra para todos os benefícios da Previdência, o que implicaria, por exemplo, no reajuste dos aposentados e pensionistas.

A medida é rejeitada pelo governo diante do alto impacto nas contas públicas. O governo só tem interesse em preservar as diretrizes da política. Hoje, as aposentadorias são reajustadas com base apenas na inflação do ano anterior.

Negociação

Ao longo do dia, o governo tentou evitar a análise da matéria e sugeriu jogar a discussão para maio, mês de comemoração do dia do trabalho, mas não houve entendimento. A ideia era utilizar a medida para criar uma agenda positiva para a presidente Dilma Rousseff que vive um atrito com as centrais sindicais, que já não gostaram das mudanças no seguro-desemprego, no abono salarial e no auxílio-doença, que tornaram mais rígidas as regras para a concessão.

Num almoço com líderes do PMDB, PP, PTB, PR, DEM e PHS, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acertou a votação da proposta para esta terça. Há sinalização de que os partidos vão apoiar a ampliação das diretrizes para os aposentados.

O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), afirmou que a tendência de seu partido é votar pela inclusão dos aposentados na regra, mas que ainda espera um cálculo sobre os efeitos nas contas públicas.

“Concordamos em manter a política atual do mínimo e achamos justo garantir o aumento real para os aposentados, mas queremos discutir o impacto antes de aprovar”, disse.

Discussão

No início do ano, o ministro Nelson Barbosa (Planejamento), logo após assumir o cargo, chegou a afirmar que o governo iria enviar uma nova regra de reajuste do salário mínimo ao Congresso. Dilma leu pelos jornais a declaração, ficou irritada, e determinou que Barbosa informasse que as regras seriam mantidas em 2016.

A presidente quis evitar problemas com as centrais sindicais, que não gostaram das propostas do ajuste fiscal que alteram as legislações trabalhistas e previdenciárias.

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