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Instalações da mineradora AngloGold Ashanti em Moab Khtosong, na África do Sul | Divulgação/Anglogold Ashanti
Instalações da mineradora AngloGold Ashanti em Moab Khtosong, na África do Sul| Foto: Divulgação/Anglogold Ashanti

como funciona

No Brasil, investimento mínimo para operações na BM&F é de R$ 28,6 mil

No Brasil, as corretoras de valores são intermediárias na compra de ouro na Bolsa Mercantil e de Futuros, braço da BM&FBovespa. Elas obram uma taxa de corretagem de cerca de 20% para fazer o negócio. O ouro é comprado em barras a partir de 250 gramas. Com o preço da grama a R$ 114,30, o investimento inicial é de R$ 28.650, um tíquete alto se comparado a outros investimentos.

O ouro comprado fica guardado em cofres do Banco do Brasil e o investidor pode retirar na hora que quiser. Na compra, recebe-se um certificado de origem e pureza. Para vender, é preciso levar o ouro até a corretora, que realizará a avaliação e recompra em até três dias. Há fundos de investimento que também investem em ouro, através de títulos lastreados no metal, e nesse caso é preciso pagar taxa de administração.

O Imposto de Renda que incide sobre o ouro é o mesmo da renda variável: o investidor fica isento se tiver ganho até R$ 20 mil por mês e pega 15% se tiver ganho acima. Com a taxa de juro Selic em 7,25%, o menor patamar de sua história, e as aplicações de renda fixa ficando menos atraentes, é possível começar a pensar no ouro como mais uma forma de diversificar os investimentos.

• Alíquota de 15% é o Imposto de Renda que incide sobre as operações com ouro no Brasil. O investidor é isento caso os ganhos com a aplicação sejam inferiores a R$ 20 mil por mês. O ouro comprado via contratos da BM&F fica depositado em cofres do Banco do Brasil.

Quem acompanha o mercado financeiro com mais atenção percebeu que o ouro se valorizou quase 12% no terceiro trimestre e, apenas em setembro, teve uma alta de 4%. De janeiro a setembro, a alta chega a 18%. No ano passado, o metal foi o ativo com melhor retorno do ano, com alta de 15,8% contra uma queda de 18,1% do Ibovespa. Com a crise na Europa, a economia americana patinando e a China assustando os mercados com a possibilidade de crescer menos que o esperado, o ouro surge como um porto seguro, uma reserva de valor que é procurada sempre que há turbulência no horizonte.

Retorno passado não é garantia de retorno futuro, mas quem se refugiou em ouro nos últimos anos está satisfeito com os números atuais. No mercado internacional, o ouro subiu de US$ 300 por onça (medida inglesa equivalente a 28,35 gramas) para US$ 1.600 por onça no período de 15 anos, entre 1998 e 2012. É um retorno de aproximadamente 12% ao ano, muito superior ao de outros investimentos.

Na BM&F, onde se faz negociação de ouro no Brasil, via corretoras, o grama estava cotado a R$ 67,00 em 2009. Hoje, o mesmo grama equivale a R$ 114,30, quase o dobro. "O ouro não gera renda. A única forma de ganhar com ele é aproveitar o movimento dos preços. É uma reserva de valor que é bastante procurada em tempos de crise econômica ou guerras. O risco oferecido é do preço cair. É um ativo especulativo, que depende do movimento de compra e venda do mercado", explica Silvio Alface Neto, consultor financeiro da corretora Socopa. No Brasil, ainda se soma à volatilidade do câmbio, já que o preço da commodity é definido pela oscilação lá fora mais a variação do dólar.

Vai continuar?

Para quem se interessou, os analistas acreditam que o metal ainda pode se valorizar mais no curto prazo. A crise na Europa não está resolvida, e há gente prevendo que ela se estenda por pelo menos mais quatro ou cinco anos. Ninguém sabe o desfecho. Se a Grécia abandonar a moeda única, o euro, pode desencadear um processo de consequências imprevisíveis. Há mais países com problemas, como a Espanha, que precisa de dinheiro para financiar suas contas.

Nesse cenário, os bancos centrais de vários países acabam comprando ouro para reforçar suas reservas contra a desvalorização cambial. Isso faz o preço subir. "O ouro deve continuar a ser comprado como uma proteção contra desvalorizações de moedas, principalmente após as medidas de afrouxamento monetário do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Certamente, vamos continuar a ver desvalorizações competitivas de moedas. Os maiores beneficiários desse movimento são os chamados ativos tangíveis, como os metais preciosos", avaliou em relatório Kurt Pfafflin, corretor sênior da Daniels Trading.

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