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O primeiro efeito da valorização do real sobre as exportações foi um golpe para as pequenas empresas e para quem vende commodities, como soja e derivados de madeira. Essa é a avaliação de especialistas em comércio exterior e de representantes do setor produtivo. "As grandes companhias até aceitam trabalhar com margens pequenas, ou mesmo com algum prejuízo, para manter um mercado", afirma Ardisson Akel, vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). "Mas os menores, que não têm como renegociar contratos e enfrentam concorrentes fortes, podem desistir."

O setor têxtil do Paraná, por exemplo, teme não fechar negócios nas visitas a feiras internacionais programadas para este ano. Em outubro, um grupo de 18 empresas do estado vai para Las Vegas, nos Estados Unidos, e há dúvidas sobre a competitividade dos preços brasileiros. "Os valores de referência são em dólar e nós competimos com os chineses, que contam com câmbio fixo", diz o presidente da Associação da Indústria Paranaense do Vestuário (Vestpar), Valdir Scalon.

Outra área delicada é a de exportação de compensados de pinus. Algumas fábricas já seguraram a produção e reduziram o quadro de pessoal porque os preços em reais estão muito baixos. "No Paraná, o setor produziu 200 mil metros cúbicos de compensado em março e 119 mil em julho, porque os custos estão mais altos do que a receita", conta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Luiz Carlos de Toledo Barros. As cotações do produto são definidas pelo mercado e flutuam semanalmente, o que aumenta o risco de perdas nos negócios.

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