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Apesar da queda no valor do trigo, que está isento de PIS e Cofins desde maio, pães e massas não registraram muita variação nos preços. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Apesar da queda no valor do trigo, que está isento de PIS e Cofins desde maio, pães e massas não registraram muita variação nos preços.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) lançou uma campanha pedindo que panificadoras e supermercados combatam a inflação. O argumento da entidade é que o preço da farinha já caiu. Desde maio, o preço da saca com 60 quilos teria baixado de R$ 80 para R$ 63.

Desde maio, os itens da cadeia do trigo estão livres de PIS/Cofins, o que teria reduzido os preços praticados pela indústria em 9,25%. A Abitrigo aponta ainda queda de 6% por força das baixas nas cotações internacionais do cereal. "A indústria baixou. O padeiro também tem que baixar o preço", afirmou ontem o presidente da associação, Sergio Amaral, em Curitiba.

Cartazes dizendo que o setor da panificação é contra a inflação começam a ser distribuídos ao setor pela Abitrigo. Além de incentivar redução nos preços, o objetivo é causar boa impressão diante dos consumidores.

Apesar dos problemas para a importação de trigo, a indústria opera normalmente. O setor já teria importado 2,7 milhões de toneladas do cereal da Argentina, além de 1,5 milhão de países de fora do Mercosul – com o benefício da tarifa zero concedido pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) seis meses atrás.

Mais 2 milhões de toneladas devem ser importados até o fim do ano. Dessa forma, a produção nacional de 5 a 6 milhões de toneladas suprirá metade do consumo estimado em 10,5 milhões de toneladas.

O Paraná é uma exceção nesse quadro. Exporta trigo em grão e farelo. A produção chega a 3 milhões de toneladas, muito mais do que a indústria pode processar. A capacidade industrial instalada é de 2,2 milhões de toneladas. Neste ano-safra, os moinhos do estado devem processar 1,9 milhão de toneladas. A ociosidade, que por aqui é de cerca de 15%, chega a 30% em âmbito nacional.

Para ampliar sua atividade, o setor quer estimular o consumo. O brasileiro come apenas 6,6 quilos de massas ao ano, segundo a Associação Brasileira das Indústria de Massas Alimentícias (Abima). Estaríamos em 18º lugar no ranking liderado pelos italianos, que consomem 28 quilos de massas anualmente. Para a Abitrigo, isso ocorre porque os benefícios do cereal para crianças, jovens, adultos e idosos são pouco conhecidos. (JR)

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