Justiça
Investimento na Bacia do Paraná segue suspensa
A autorização para a exploração de gás nos blocos da Bacia do Paraná continua suspensa por decisão da Justiça. Em junho, a ANP tentou reverter a decisão que impede as empresas vencedoras da 12ª Rodada de Licitações de iniciarem os trabalhos de exploração nos blocos arrematados na Região Oeste do Paraná, mas teve o recurso negado. A Justiça manteve o entendimento de que são necessários estudos mais aprofundados sobre os riscos da técnica de faturamento hidráulico (fracking), método utilizado para a exploração do gás não convencional ou gás de folhelho.
A liminar atinge todas as empresas que arremataram blocos no leilão realizado em novembro do ano passado, incluindo a Petrobras e a Copel. A assinatura dos contratos entre a agência e essas empresas, que seria realizada no final de junho, foi suspensa. Segundo a ANP, a decisão da Justiça adia investimentos de R$ 195 milhões na exploração das áreas.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) colocou em consulta pública dez áreas com acumulações marginais para verificar se há empresas interessadas na exploração de gás. Entre elas, está o Campo de Barra Bonita, localizado no município de Pitanga, no Centro-Oeste do Paraná, o primeiro local com reservas de gás comerciais comprovadas no estado.
INFOGRÁFICO: Veja no mapa a proximidade do Campo de Barra Bonita com os demais blocos arrematados pela Copel
Devolvido pela Petrobras à ANP, o campo faz parte da Bacia do Paraná e está localizado próximo aos blocos de gás arrematados pela Copel em consórcio com as empresas Tucumann Engenharia, Petra Engenharia e Bayar Participações. Segundo reportagem do Valor Econômico, a Copel estaria articulando com os sócios a aquisição do Campo de Barra Bonita. A empresa, porém, não confirma o interesse na área. Segundo a ANP, a consulta ainda está em andamento e as empresas podem manifestar interesse até o dia 3 de outubro. Caso haja interesse , essas áreas poderão ser incluídas em futuras rodadas de licitações.
Descoberto em 1996, o Campo de Barra Bonita nunca produziu gás, apesar de comprovado o potencial comercial das reservas. De acordo com informações da Petrobras, o reservatório possui um volume total de 1,33 bilhão de metros cúbicos (m³) de gás convencional. Os dois poços perfurados no final da década de 1990 teriam capacidade de fornecer, cada um, 200 mil m³ por dia o volume de ambos equivale a 40% de todo o gás distribuído no Paraná hoje, com exceção do consumo da Refinaria Getúlio Vargas (Repar) e da usina térmica de Araucária.
"O campo pode produzir tranquilamente durante 30 anos, desde que sejam adotados certos procedimentos para manter a produtividade dos poços", afirma o geólogo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Paulo Cesar Soares, com base na análise dos documentos fornecidos pela ANP sobre o Campo de Barra Bonita.
Gasoduto ou térmica?
Embora as reservas sejam comerciais e os poços já estejam equipados, o início da produção dependeria da construção de um gasoduto interligando os poços à rede já existente da Compagas. Outra alternativa seria a construção, no local, de uma pequena usina térmica, algo que não era viável quando os poços foram perfurados. "Hoje já existem tecnologias que tornam viável a instalação de pequenas centrais térmicas que funcionam com ciclos combinados", afirma Soares. A energia produzida poderia ser integrada à rede elétrica, algo viável tendo em vista a demanda por energia e o preço do gás.
Mais do que a viabilidade econômica, a grande vantagem para a empresa que conseguir autorização para operar o Campo de Barra Bonita, segundo Soares, é a possibilidade de adquirir experiência na produção de gás na Bacia do Paraná, conhecendo melhor os reservatórios e os fatores que controlam a acumulação de gás na região.
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