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Fábrica da Germer Porcelanas Finas: empresa, que atualmente produz 1 milhão de peças por mês, planeja contratações e aumento na produção até o fim do ano | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Fábrica da Germer Porcelanas Finas: empresa, que atualmente produz 1 milhão de peças por mês, planeja contratações e aumento na produção até o fim do ano| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

A indústria da louça de Campo Largo, referência nacional, abre hoje a Feira da Louça 2010 com o orgulho recuperado. Na avaliação do sindicato que representa o setor, o Sindilouça, neste ano as fábricas finalmente se recuperaram do grande baque sofrido no início da década de 1990, quando a abertura dos mercados permitiu a invasão dos produtos chineses, muito mais baratos.

Segundo o presidente do sindicato, José Canisso, a queda nos primeiros anos da abertura chegou a 60%. "Nem tudo foi devido à concorrência chinesa. Nós nos assustamos e acabamos nos retraindo um pouco por conta própria também", admite. A recuperação foi gradual, e ultimamente o setor passou a crescer entre 5% e 10% ao ano. Uma leve redução nas importações de produtos chineses também ajudou a retomada, mas Canisso diz que o susto rendeu boas lições. "Aprendemos que tínhamos de reclamar menos e trabalhar mais", afirma. O presidente da Germer Porcelanas Finas, Antônio Jurandir Girardi, acrescenta: "Vimos que não podíamos pôr qualquer preço nos produtos, só pelo lucro; que precisávamos seguir o mercado e melhorar a qualidade; e que devíamos reforçar nossos laços com o cliente."

Investimentos

Para recuperar a competitividade, o setor precisou investir. Em 2009 e 2010, as fábricas de Campo Largo gastaram cerca de R$ 50 milhões em maquinário e instalações, diz Canisso. A Germer, por exemplo, encerra em dezembro um plano de investimentos de três anos que incluiu a troca dos fornos por unidades movidas a gás natural. A medida possibilitou uma economia de 20% em combustível. "Hoje produzimos 1 milhão de peças ao mês, e até o fim do ano este número deve subir até 40%", comemora Girardi.

Como resultado, Canisso diz que no setor de cerâmicas de mesa as fábricas de Campo Largo já oferecem preços até mais baixos que os importados; as porcelanas, por outro lado, ainda são mais caras. "A qualidade faz a diferença. Felizmente para nós, o consumidor só compra o artigo chinês na primeira vez; depois, ele compra o nosso", afirma. Hoje, Campo Largo produz 90% de toda a porcelana de mesa fabricada no país, 50% da cerâmica industrial e 30% da cerâmica branca de mesa.

O presidente do Sindilouça diz que a indústria está aquecida e contratando. Até o fim do ano, devem surgir mais 200 novas vagas – o setor emprega hoje 6 mil pessoas. A Germer, afirma Girardi, deve aumentar o pessoal em cerca de 15% nos últimos meses de 2010. Haveria ainda mais potencial para crescer, mas a demanda não é suficiente. "Tirando a área de pisos e revestimentos, que usa toda a capacidade e na qual toda a produção é absorvida, poderíamos triplicar a produção se houvesse mais consumidores", estima.

Sem necessidade de produzir mais por enquanto, o presidente do Sindilouça mira nos preços. "Ainda pagamos muito caro pelo gás natural. Se o preço fosse o mesmo dos estados vizinhos, podíamos oferecer produtos até 10% mais baratos", afirma.

Serviço

Feira da Louça 2010: Ginásio de Esportes da Rondinha (Rodovia do Café/BR-277, km 20, Campo Largo), de hoje a 12 de setembro. De segunda a sexta, das 14 às 22 horas; sábados, domingos e feriados, das 10 às 22 horas. R$ 3 (crianças de até 12 anos e adultos acima de 60 não pagam).

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