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As cantinas de dois presídios de segurança máxima em Mato Grosso do Sul têm servido para financiar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o próprio Estado. Em Campo Grande, conforme informações de agentes da inteligência da Polícia Militar (PM), os produtos vendidos na cantina são mais caros para aqueles que não integram o PCC. Uma lata de refrigerante chega a custar R$ 5. Na colônia agrícola de Campo Grande e no presídio de segurança máxima de Dourados, o lucro obtido nesse comércio é usado para gastos administrativos, que deveriam ser bancados pelo Estado.

O problema identificado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) durante mutirão em Mato Grosso do Sul já foi constatado em outros Estados, como Rio de Janeiro e Maranhão. A conclusão a que chegaram juízes que inspecionam os presídios é a de que os presos, em alguns presídios, acabam pagando para permanecer encarcerados ou financiam indiretamente organizações criminosas. Um ofício do CNJ foi enviado ao Ministério Público do Estado e à administração penitenciária, para que o assunto seja investigado.

Em Dourados, os produtos comprados sem licitação e revendidos pela direção do presídio a preços mais altos que os de mercado movimentaram, em setembro, mais de R$ 53 mil e geraram um lucro de R$ 16.506. Dinheiro que, de acordo com a planilha apresentada pela direção do presídio ao CNJ, fica guardado num cofre e é usado para despesas administrativas, como o conserto da máquina de raio X, recarga de cartuchos de impressoras, compra de lâmpadas, remédios, combustível e até spray de pimenta. Essas despesas também foram feitas sem licitação e sem a fiscalização do Ministério Público.

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