Confira as previsões de expansão da indústria| Foto:

A indústria de transformação prevê para 2010 uma expansão média de 14,6% na capacidade instalada, a maior projeção dos últimos oito anos. A expectativa de avanço produtivo no segmento de bens de consumo subiu de 13% para 16%, enquanto o de bens de capital – necessários para empresas produzirem outros produtos – saltou de 9,9% para 15,4%. Para o triênio 2010-2012, o crescimento médio esperado é de 23,8%. As informações são da Sondagem de Investimentos da Indústria da Transformação, divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foram ouvidas 723 empresas de todo o país nos meses de janeiro e fevereiro.

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Os números reforçam pesquisas regionais recentes que mostram a confiança do empresariado na demanda pós-crise. A 14ª Sondagem Industrial da Fe­deração das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) mostrou uma retomada dos investimentos igual à de 2008, quando o índice de otimismo dos empresários paranaenses encostou em 88%. O Panorama Empresarial, da consultoria Deloitte, apontou que 94% das empresas da região Sul esperam crescimento da receita em 2010.

Segundo o economista Aloísio Campelo, da FGV, a perspectiva de ampliação da capacidade produtiva está ligada principalmente à força do mercado doméstico. "A demanda interna surpreendeu no ano passado, e a expectativa dos empresários é que continue forte’’, disse. De acordo com a pesquisa, 80% das empresas veem a demanda interna como um dos fatores que devem influenciar positivamente a decisão de investimentos.

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A demanda externa, que sofreu mais os efeitos da crise, é apontada como fator de estímulo à ampliação da capacidade por 40% dos entrevistados, enquanto 9% a consideram fator de desestímulo. Os números representam uma recuperação em relação a 2009 – no ano passado apenas 26% dos entrevistados viram influência positiva do mercado externo, contra 20% que apontaram influência negativa.

Entre o empresariado paranaense, quase 88% indicam otimismo com mais vendas (39%), mais investimentos (39%) e mais empregos (22%), repetindo o indicador de 2008. Os dados são do fim 2009, os últimos disponíveis, quando Fiep ouviu 484 indústrias sobre as expectativas para 2010.

Retomada

Os indicadores mais recentes de atividade industrial ilustram o momento de retomada.

Dados da balança comercial paranaense mostram que as importações de bens de capital cresceram 145% no primeiro bimestre frente ao mesmo período de 2009. "É um sinal de que as empresas voltaram a investir", avalia o economista da Fiep Roberto Zurcher. A exportação de manufaturados também cresceu 55% no mesmo período.

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Por outro lado, o aspecto negativo é a importação de bens de consumo, que cresceu 74,5% na mesma base de comparação. Esse comportamento, segundo o economista, mostra que os produtos de fora continuam fazendo forte concorrência aos bens produzidos no país. Essa tendência já estava sendo sentida no início do ano: enquanto em 2009 a maioria dos industriais paranaenses afirmava que investiria na qualidade do produto, em 2010 a prioridade foi o investimento em tecnologia, com o objetivo de reduzir custos.