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Os carros populares nunca estiveram tão caros no Brasil. Em tempos em que a produção e a venda de automóveis no mercado interno batem recordes a cada mês, um modelo básico com motor 1.0 não sai por menos de R$ 21.390.

Pela cotação desta quarta-feira (11) da moeda americana, que é de R$ 1,89, o preço do veículo em dólares é de US$ 11.317, o maior da história. Quando foi criado, no início da década de 90, o preço do veículo popular era proporcional a US$ 7 mil.

Para os revendedores, a diferença se justifica pelas mudanças na economia brasileira nos últimos 14 anos: o dólar caiu e algumas matérias-primas como aço e petróleo subiram além da inflação. Além disso, a sofisticação da indústria encareceu o produto.

"Os veículos populares de hoje são completamente diferentes, sejam na motorização, sejam na engenharia de produção, na tecnologia, são carros completamente diferentes", afirma Sérgio Reze, presidente da Fenabrave.

Mesma coisa

O engenheiro de produção Mauro Zilbovicius, da Universidade de São Paulo, discorda. Para ele, o carro popular mudou pouco e os custos de produção ficaram menores. "Eles ganham essas inovações junto com os demais, não são investimentos específicos para os carros populares, que justificariam um custo maior pra eles. O custo tem a ver com a disposição do consumidor comprar muito mais do que com o custo para produzir o veículo."

O vendedor confirma: com taxas e prazos de financiamento cada vez mais atraentes, o consumidor não sente tanto o preço alto e até gasta com o conforto extra. "Num pacote de opcionais que custaria R$ 3,5 mil, ele paga R$ 30 por mês a mais por parcela e acaba deixando o carro dele mais ‘top’ de linha", diz o vendedor Márcio Silva.

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