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Casa projetada pela empresa de engenharia Tecverde tem painel solar, entre outros itens “amigos da natureza” | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Casa projetada pela empresa de engenharia Tecverde tem painel solar, entre outros itens “amigos da natureza”| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Selo

Quem quiser não só uma casa sustentável mas certificada por um organismo como o Green Building Council Brasil terá de seguir uma série de critérios. Quanto mais itens cobertos, maior o grau da certificação. Conheça alguns:

Construção – cuidado na seleção do melhor terreno possível e no controle e gerenciamento de águas pluviais.

• Água e luz – uso de sistemas de irrigação eficientes e mecanismos de gerenciamento e controle para um consumo racional da água. A busca, ainda no projeto, pelo melhor uso da iluminação natural e de materiais que tragam conforto térmico sem o uso exacerbado da energia elétrica também são observados.

• Materiais e recursos – aspectos como gerenciamento de resíduos e uso de madeira legalizada são avaliados.

• Requisitos sociais – legalidade e qualidade da obra, cuidado com a acessibilidade universal da construção e a adoção de boas práticas para operação e manutenção da casa.

• Inovação e projeto – análise do Ciclo de Vida e gerenciamento da qualidade com foco na durabilidade da residência.

Mais detalhes sobre como obter a certificação do GBC Brasil emwww.gbcbrasil.org.br

Ter uma casa ecologicamente correta é ser amigável com o planeta, gastar menos com energia elétrica e água, além de unir conforto e beleza. Mas inserir atributos de sustentabilidade no imóvel ainda custa caro e o investimento alto afasta uma aposta nesse tipo de construção em maior escala no segmento residencial. Para incluir sistema de reaproveitamento de água da chuva, painel solar para aquecimento da água e geração de energia elétrica na hora da construção é preciso desembolsar pelo menos R$ 30 mil a mais.

INFOGRÁFICO: Confira alguns elementos sustentáveis que podem ser incluídos na sua casa

Outra estimativa aponta que itens "amigos do meio ambiente" usados desde o canteiro de obras até o acabamento, como tijolos, telhas, vidros e tecnologias sustentáveis, criam um acréscimo de 5% a 20% no custo da construção. A variação depende de quão sustentável a casa é: você pode gastar pouco com esses produtos específicos ou com as tecnologias, mas também pode fazer investimentos altos, como em um gerador de energia eólico caseiro, por exemplo. O equipamento custa a partir de R$ 24 mil em uma empresa paranaense. "Vemos que muita gente tem essa preocupação. Mas ainda com mais força nas casas de médio e alto padrão", comenta Almir Perru, vice-presidente de meio ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR).

Os especialistas preferem chamar esse custo de investimento, porque, no máximo, em dez anos, o valor gasto é compensado pela economia nas contas de água e energia elétrica. "Se você vai morar em um imóvel por 40 anos, a conta tem de ser feita de uma forma diferente, não apenas pensando no custo da construção, mas na economia posterior e nos benefícios para o meio ambiente", explica Eloy Casagrande Junior, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e coordenador do projeto Escritório Verde.

Opção

"É um investimento alto, mas tem quem esteja disposto a instalar os sistemas, porque, a médio e longo prazo, haverá economia, pelo menos nas contas de água e luz", acrescenta Débora Rocha, gerente comercial do Condomínio Gaia, empreendimento da empresa de engenharia Tecverde lançado na segunda semana de agosto em Curitiba e que se propõe a ser sustentável. Além dos aspectos já mencionados, o condomínio terá pomar e horta.

Com preços que começam em R$ 250 mil, os terrenos do empreendimento, que permitem a construção de cerca de 700 metros quadrados em área privativa, estão sendo procurados por clientes de média e alta renda que estão adquirindo um segundo imóvel. Há vários modelos de casas e o preço da construção vai depender de quais tecnologias serão incluídas. Os moradores podem escolher por incluir esses itens na construção ou instalar os sistemas ao longo do tempo.

Certificação valoriza imóveis comerciais

Se no setor residencial ainda é caro entrar na onda verde, prédios corporativos e comerciais no Brasil que adotaram os critérios de sustentabilidade movimentaram R$ 22 bilhões em negócios em 2012 e já correspondem a 9% desse tipo de construção. Sedes de empresas, galpões logísticos e prédios públicos adotam os hábitos, que, além de serem capazes de gerar economia na rotina, promovem a valorização do preço do metro quadrado.

Ou seja: os atributos amigos da natureza ainda estão ligados à crescente valorização imobiliária e as empresas buscam esse tipo de imóvel por causa da economia e da responsabilidade social. "O movimento da construção sustentável vem fortemente contribuindo na elevação do padrão técnico do setor, em que soluções focadas em eficiência e mitigação de impactos sócio ambientais ganham destaque, auxiliando investimentos em estudo e inovação, além de destacar profissionais e empresas engajados. Isso ainda causa impacto no preço", diz Felipe Faria, diretor-gerente do Green Building Council Brasil, organização que certifica construções verdes.

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