A exploração de gás de xisto por fratura hidráulica, o chamado método fracking, motivou mais dois debates no Oeste do Paraná nesta quarta-feira (11), um em Cascavel e outro em Toledo onde aconteceram um fórum de discussão e uma audiência pública, respectivamente.
Em Cascavel, o engenheiro eletricista e ex-diretor da Copel, Ivo Pugnaloni, fez uma palestra no plenário da Câmara de Vereadores que ficou lotado. Vereadores de Foz do Iguaçu e Toledo também participaram do evento em busca de informações sobre o método de extração considerado altamente prejudicial ao meio ambiente.
Pugnaloni lembrou que países como a França, Portugal e Itália proibiram a extração. "Curiosamente esse é um método que só dá certo nos Estados Unidos. Portugal encerrou na semana passada, a Polônia também encerrou sem encontrar uma gota [de gás]", diz.
O eletricista invocou o princípio de precaução para dizer que o Brasil precisa discutir mais a questão e lembrou que a Petrobras explora o xisto em São Mateus do Sul sem os mesmos problemas que o fracking traria. Para ele, é necessário explorar mais o projeto desenvolvido pela própria Petrobras há décadas, o chamado Processo Petrosix, uma tecnologia desenvolvida pela estatal brasileira com o objetivo de explorar o xisto.
Pugnaloni conta que seu pai era engenheiro da Petrobras e na década de 1960 já falava do projeto que foi desenvolvido pautado na preocupação de preservação ambiental.
Segundo o engenheiro, a fórmula utilizada na substância injetada no solo para promover as fraturas das rochas que liberam o gás são desconhecidas por serem protegidas pela mesma lei que mantém o sigilo da fórmula da Coca-Cola. Ele questiona o fato de a Petrobras não ter dado sequência ao Processo Petrosix, que é patenteado, para explorar o xisto na região Oeste. "Marrocos e Argélia adquiriram a patente que é usada inclusive por algumas empresas dos Estados Unidos", relata.
Na semana passada, o juiz federal Leonardo Cacau Santos La Bradbury, de Cascavel, suspendeu os efeitos da 12.ª rodada de licitações promovidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) a pedido do Ministério Público Federal (MPF). A decisão ordena que sejam feitos novos estudos ambientais sobre os efeitos do fracking.
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