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Município comemora diversificação
Quando o presidente da Caterpillar Brasil e o prefeito de Campo Largo apertaram as mãos, formalizando a parceria, modestos fogos de artifício foram acionados no fundo da prefeitura. A "Capital Nacional da Louça", chamada assim por atender a 85% da demanda nacional do produto, comemora sobretudo o reinício do processo de industrialização e diversificação de sua economia. O processo havia sido esfriado pelo fechamento da fábrica da montadora Chrysler, em 2001; da TMT Motoco, em 2007; e da Tritec Motors, em 2008 o que causou a demissão de um total de 1,2 mil trabalhadores.
Porém, naquele mesmo ano, a cidade recebeu um sopro de esperança após o anúncio de que a Fiat Powertrain Technologies (FPT), braço da montadora italiana, estava investindo R$ 250 milhões para reativar a Tritec e adequá-la aos padrões da Fiat. A FPT começou a produzir em março deste ano, inicialmente com 150 funcionários. A cidade também recebeu a Sig Combibloc, fabricante de embalagens cartonadas, que está em fase de montagem da indústria e deve entrar em operação em 2011.
O bom momento é consolidado agora, com a instalação da Caterpillar. "É uma empresa sólida, que veio para ficar", define Edson Basso, prefeito de Campo Largo. "Agora queremos também investir em pequenas e médias empresas, que possam inclusive atender às demandas das grandes", almeja. (OT)
A Caterpillar, líder mundial na fabricação de máquinas para construção e mineração, anunciou ontem que irá instalar uma unidade em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. A fábrica, que irá produzir retroescavadeiras e carregadeiras, deve ficar pronta em 2011 e vai abrir cerca de 900 vagas para trabalhadores locais, segundo estimativas da empresa. A empresa está investindo US$ 90 milhões na construção da fábrica em Campo Largo, e outros US$ 90 milhões na ampliação das atividades em Piracicaba (SP), onde está instalada a única unidade da Caterpillar na América Latina até o momento.
O investimento na nova unidade possibilita à empresa transferir para Campo Largo a montagem de dois modelos de retroescavadeira e um modelo de carregadeira, abrindo espaço na fábrica de Piracicaba para aumentar a produção. A unidade paulista opera desde 1976, tem 5 mil funcionários e produz 35 tipos diferentes de máquinas para construção e mineração. A produção atende principalmente ao mercado local e latino-americano. De janeiro a julho deste ano, as exportações somaram US$ 540,8 milhões.
A Caterpillar estima começar a operar em Campo Largo a partir do segundo semestre de 2011. "A montagem da estrutura será complexa. Estamos sendo arrojados em estipular este prazo", disse ontem Luiz Carlos Calil, presidente da Caterpillar Brasil, durante entrevista coletiva em Campo Largo. "Estamos agregando um fato novo em nossa história, e temos orgulho de ver nossa matriz anunciando ao mercado acionário a construção da fábrica como um dos grandes investimentos recentes da empresa", conta.
Mão de obra
Ainda não há data para início de contratações. Calil afirma que a empresa vai selecionar os trabalhadores locais e prover treinamento. "Em uma primeira fase, precisaremos de 600 novos funcionários, mas até 2012 estimamos que a unidade irá demandar mil trabalhadores. Destes, 10% serão engenheiros e operadores que virão de Piracicaba. O resto é mão de obra local", estipula.
Calil revela que as negociações que resultaram na escolha de Campo Largo prolongaram-se por seis meses. Segundo o presidente da empresa, a indicação de fornecedores da Caterpillar pesou para a escolha da cidade. "Avaliamos outras cidades, mas Campo Largo virou o jogo no último minuto", conta. A indústria vai se instalar no barracão anteriormente ocupado pela montadora Chrysler, que encerrou suas operações em 2001, e pela fabricante de motores TMT Motoco, que fechou a fábrica em 2007. A unidade tem 1 milhão de metros quadrados de área total e 50 mil m2 de área construída.
A Caterpillar tem 237 fábricas no mundo, que empregam 97 mil pessoas. Em 2009, o faturamento mundial da empresa foi de US$ 32,3 bilhões.
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