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Acessórios de realidade virtual roubaram a cena na maior feira de celulares do mundo. | Luis Genea/AFP
Acessórios de realidade virtual roubaram a cena na maior feira de celulares do mundo.| Foto: Luis Genea/AFP

Curiosamente, as principais imagens e falas que marcaram a maior feira de celulares do mundo, a Mobile World Congress, que ocorreu entre os dias 22 e 25 de fevereiro em Barcelona, não mencionam novos lançamentos ou smartphones com recursos imperdíveis. Em uma mostra da dificuldade da indústria em se reinventar e trazer inovações de peso, o evento deste ano será lembrado pela forte presença dos acessórios de realidade virtual, discussões sobre privacidade de dados e planos para a próxima geração da internet móvel, o 5G.

Como já é tradicional, a feira contou com a presença das principais marcas de smartphones do mundo, como Samsung, LG, Sony e Lenovo–menos a Apple, que tem um evento próprio para divulgar os novos produtos. Além do número restrito de lançamentos, boa parte dos novos aparelhos anunciados se limitou a trazer updates modestos em relação às versões anteriores, esticando a autonomia das baterias ou protegendo aparelhos de respingos de água.

A percepção de que o mercado de celulares alcançou um patamar de inovação difícil de ser rompido daqui para frente coloca ainda mais pressão sobre as fabricantes, que precisam continuar incentivando a troca dos aparelhos em um setor em desaceleração. A previsão da consultoria IDC é que as vendas globais de smartphones fechem 2015 com um crescimento de 9,8% – será a primeira vez que a taxa de expansão será menor do que dois dígitos. O cenário é bem mais pessimista no Brasil, onde a empresa espera uma retração de quase 13% nas vendas no ano passado, com nova queda em 2016, de 8%.

“Em seu tempo,o primeiro iPhone era algo realmente inovador, ao ser um telefone que funcionava como um computador, o que era revolucionário. Mas hoje as mudanças têm girado em torno de baterias melhores, novos recursos para câmeras, que apenas basicamente evoluem recursos já existentes”, reforça o especialista de produtos do site Zoom, Paulo Guedes. “O grande ponto agora é se o mercado vai conseguir continuar aquecido, já que os novos aparelhos não são tão inovadores e o usuário começa a se perguntar se vale mesmo a pena trocar de celular com tanta frequência”, completa.

Razões para a queda

Entre os motivos para a queda no mercado brasileiro, além da alta do dólar e a crise na economia, a IDC aponta justamente o aumento do ciclo de vida dos smarpthones, devido às especificações técnicas semelhantes entre os aparelhos da mesma linha. Em nota, o analista de pesquisas da consultoria, Leonardo Munin, lembra que, anteriormente, o ciclo de vida dos celulares girava em torno de um ano e seis meses – prazo que tem aumentado, já que as compras têm sido cada vez mais postergadas.

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