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Tomate continua entre os alimentos que mais pressionam o valor da cesta básica. Alta acumulada no ano é de 47,32% | Roberto Custódio /JL
Tomate continua entre os alimentos que mais pressionam o valor da cesta básica. Alta acumulada no ano é de 47,32%| Foto: Roberto Custódio /JL

Preço do tomate tende a cair no mês de maio

Os preços do tomate tendem a cair em maio, com a chegada ao mercado da safra de inverno. A previsão é do analista Fabrício Quinalia Zagati, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), que tem uma equipe dedicada ao acompanhamento diário do mercado brasileiro dos produtos hortifrutícolas. Com o pico de produção da safra de inverno do fruto entre maio e junho, o consumidor deve pagar menos pelo produto nos próximos meses, aliviando a pressão sobre a inflação.

Na opinião de Zagati, apontar o tomate como o "vilão da inflação" é uma injustiça com o agricultor, pois em abril do ano passado o preço do fruto na roça era de R$ 12 a caixa de 22 quilos. O valor era insuficiente para cobrir o custo de produção. Ele argumenta que o produtor neste ano chegou a receber R$ 100 pela caixa de tomate justamente por causa do desestímulo provocado pelos baixos preços do ano passado, que levaram a uma redução de 20% na área da safra de verão, plantada no segundo semestre e colhida a partir de dezembro de 2012.

O Cepea apurou que, mesmo com os altos preços do tomate nos primeiros quatro meses deste ano, a expansão da área não deve ser expressiva no plantio de inverno, por causa do temor de que o excesso de oferta mais uma vez pressione os preços, além da limitação de área disponível e mão de obra. A estimativa é de aumento de área entre 3,5% e 5%.

Zagati também não acredita que a isenção da tarifa de importação de 10% seja suficiente para resolver o problema de alta de preços do tomate com a vinda do produto do exterior.

Agência Estado

Apesar da desoneração dos impostos federais, anunciada há um mês, a cesta básica ficou mais cara em Curitiba no mês de março, aponta o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O reajuste foi de 0,52% na comparação com o mês anterior. O preço dos 16 itens da cesta subiu de R$ 293,25 para R$ 294,78.

Em março, a batata foi o produto da cesta básica que mais subiu em Curitiba, com aumento de 7,48%, seguida do pão (3,47%), da manteiga (3,28%) e do feijão (2,92%). Por outro lado, a maior queda, de 4,16% negativos, ocorreu no preço do óleo de soja. Matéria publicada pela Gazeta do Povo ainda na última sexta-feira mostrou que os preços dos itens da cesta básica caíram, em média, 4% nos primeiros dez dias após a desoneração, anunciada em 8 de março. Nos dias posteriores, no entanto, o custo médio subiu 4,3%, anulando a queda anterior.

Impacto

Para o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, ainda é difícil perceber efeitos relevantes sobre os preço da medida, que parece não estar sendo repassada integralmente pelos fabricantes. "A maioria dos itens está caindo, mas, mesmo creditando as quedas à desoneração, ainda assim, o fato é que um mês depois, em termos quantitativos, estamos muito aquém do que seriam as reduções se tivéssemos tido repasse integral", afirmou. Picchetti citou o caso do óleo de soja, que recuou 3,68% na primeira semana de abril, nem metade do repasse integral da desoneração (9,25%).

No dia 8 de março, a presidente Dilma

Rousseff anunciou a redução do PIS/Cofins de 9,25% para zero das carnes, café, óleo, manteiga, açúcar e papel higiênico. A pasta de dente e o sabonete, que eram tributados em 12,5%, também tiveram alíquota de PIS/Cofins zerada. No caso do açúcar e sabonete, o IPI caiu de 5% para zero.

E, como alguns produtos já vinham com tendência de queda antes da medida, "é difícil separar o que é desoneração e o que é fundamento", afirmou o economista, citando como exemplo os preços de carnes bovinas e óleo de soja. Carnes estão em deflação refletindo o aumento recente da oferta, enquanto no óleo, a trajetória acompanha a queda dos preços do grão no atacado.

De acordo com Picchetti, o caso mais grave é o do sabonete, porque continuam com tendência de alta. Os preços do produto subiam 0,29% na segunda semana de março, e agora, um mês depois, têm alta de 0,97%.

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