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Acompanhe a variação do valor da cesta básica| Foto:
  • O produto com maior aumento foi a carne bovina, que subiu 32,28% em Curitiba

Com alta de 2,05% em dezembro, o valor da cesta básica em Curitiba encerrou 2010 com uma alta acumulada de 15,6%. É mais que o dobro da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 6,71% na região metropolitana. O aumento da cesta básica também supera o reajuste médio sofrido pelos alimentos, de 13,14% em 2010, também conforme o IPCA.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo mínimo da alimentação básica para uma pessoa fechou o ano em R$ 243,97 em Curitiba, o quarto maior valor entre as 17 capitais pesquisadas. Em todas elas, o custo da cesta ficou maior em 2010 e, além da capital paranaense, outras 13 tiveram alta de mais de 10% no ano passado. São resultados bem diferentes dos de 2009, quando o custo da cesta básica recuou em 16 capitais.

Segundo o Dieese, o custo da chamada "ração alimentar essencial mínima" para uma família curitibana – um casal e duas crianças – encerrou dezembro em R$ 731,91, ou 1,44 salário mínimo.

Vilões

O produto que mais subiu foi a carne bovina, com alta de 32,28% ao longo do ano. Além do aumento da demanda brasileira e mundial – reflexo do crescimento do poder aquisitivo da população de países emergentes, em especial a China –, problemas de oferta também colaboram para o encarecimento do produto. Nos últimos anos, pecuaristas vinham abatendo matrizes (fêmeas) para compensar perdas, o que reduziu o rebanho disponível para abate. A seca de meados do ano passado piorou a situação, ao prejudicar as pastagens.

De acordo com o Dieese, a carne subiu mais de 20% em 14 localidades, com destaque para Goiânia (44,65%), Rio de Janeiro (39,00%), Fortaleza (36,94%) e São Paulo (35,32%). A menor elevação ocorreu em Aracaju, onde os preços do produto subiram apenas 6,73% no ano.

Depois da carne, os maiores reajustes em Curitiba foram os do feijão (29,17%), banana (20,92%), leite (20,89%) e farinha de trigo (20,63%). Dos 12 itens avaliados pelo Dieese, apenas dois ficaram mais baratos no ano passado em Curitiba: batata (-32,96%) e tomate (-25,97%).

Tomando como referência o preço da cesta básica em São Paulo (R$ 265,15), o Dieese estima que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria ter sido, no mês passado, de R$ 2.227,53. O valor corresponde a 4,37 vezes o mínimo em vigor em dezembro, de R$ 510, e supera os R$ 2.222,99 calculados para novembro e os R$ 1.995,91 para dezembro de 2009.

Jornada maior

O Dieese calcula também que a jornada de trabalho necessária para a compra dos alimentos essenciais por um trabalhador que ganha salário mínimo foi, na média das 17 capitais, de 98 horas e 11 minutos em dezembro, praticamente o mesmo tempo registrado em novembro (98 horas e 12 minutos), mas quase três horas a mais que o tempo estimado para dezembro de 2009 (95 horas e 20 minutos).

Na média das 17 capitais pesquisadas, o valor dos alimentos comprometeu 48,51% do salário líquido – após o desconto da Previdência – dos trabalhadores remunerados pelo mínimo. Em novembro, a parcela dedicada à compra da cesta básica havia sido 48,52% do salário mínimo líquido.

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