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O banco central da China baixou nesta quarta-feira (6) a cotação de referência do iuane em relação ao dólar a seu nível mais baixo desde abril de 2011, avivando as preocupações sobre o estado da segunda economia mundial.

O banco central chinês (PBOC) fixou em 6,5314 iuanes por dólar (-0,22% em relação à véspera) a cotação central em torno da qual o renminbi (o outro nome da moeda chinesa) está autorizado a flutuar frente ao dólar, em uma margem de mais ou menos 2%.

Trata-se da sétima redução consecutiva decidida pelo PBOC. “Os mercados exercem uma forte pressão à queda do iuane em relação ao dólar”, opina Bill Adams, economista do grupo PNC Financial Services, em nota.

“O crescimento chinês é fraco, o comércio exterior chinês se contrai, o PBOC baixou seis vezes desde novembro de 2014 a taxa de juros, os juros americanos sobem e os capitais abandonam a China”, explica.

No mercado chinês, o iuane foi cotado a 6,5575 por dólar (-0,58%), mas no fechamento de Hong Kong a moeda chinesa se desvalorizou, a 6,6964 iuanes por dólar, segundo a agência Bloomberg.

A China interveio maciçamente nos últimos meses para sustentar sua moeda mediante grandes vendas de dólares. Consequentemente, suas reservas cambiais caíram ao menor nível em três anos, a 3,43 trilhões de dólares no final de novembro.

O PBOC voltou a intervir na terça-feira a intervir na quarta-feira para apoiar o iuane, comprando sua própria divisa e vendendo dólares através dos bancos públicos do país, segundo o Wall Street Journal.

O PBOC estremeceu os mercados em meados de agosto ao desvalorizar o iuane em quase 5% em uma semana. A fim de evitar qualquer “guerra de divisas”, explicou que apenas modificou sua forma de calcular a cotação de referência para considerar melhor as tendências do mercado.

Vários analistas consideraram que era uma forma de conquistar o Fundo Monetário Internacional (FMI), para que essa organização autorizasse a inclusão do iuane em sua cesta de moedas. Isso aconteceu no fim de novembro, o que deu ao iuane o estatuto de moeda de reserva, apesar de estar longe de ser conversível e de Pequim controlar estritamente os movimentos de capitais.

Um freio econômicoEm meio a estas incertezas sobre a economia chinesa, as duas principais bolsas do país, Xangai e Shenzhen, despencaram na segunda-feira (-7%), causando um fechamento antecipado em razão de um novo mecanismo contra a volatilidade.

Ambas as bolsas reduziram suas perdas na terça-feira, e nesta quarta fecharam suas sessões em alta, acima dos 2%.

A queda na segunda-feira das duas grandes bolsas chinesas foi consequência da publicação de indicadores econômicos fracos do país, sobretudo a contração da atividade industrial em dezembro, pelo quinto mês consecutivo.

Isso acontece em pleno processo de desaceleração da economia do país. O crescimento do PIB chinês recuou para 6,9% ao ano no terceiro trimestre de 2015, e o do ano passado deverá ser um dos menores em 25 anos. Este indicador será publicado no dia 19 de janeiro.

Em 2014, a economia chinesa cresceu 7,3%, um dos menores ritmos em 25 anos, período em que o PIB do país asiático crescia em torno de 10% ao ano.

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